Proteste
A PROTESTE Associação de Consumidores fez análises microbiológicas em 150 alimentos prontos para consumo vendidos em restaurantes e por ambulantes em nove cidades brasileiras e constatou que o consumidor corre risco quando o assunto é alimentar-se fora de casa: 57% dos alimentos tinham higiene insatisfatória e 11% estavam impróprios para o consumo. E só 32% apresentaram higiene satisfatória.

Foram avaliadas 150 amostras de comidas adquiridas nas ruas, praias e shoppings das seguintes cidades: Belo Horizonte – MG; Florianópolis – SC; Guarujá – SP; Porto Alegre – RS; Recife – PE; Rio de Janeiro – RJ; Salvador – BA; São Paulo – SP; Vitória – ES.

As amostras dos alimentos vendidos nas praias foram as que apresentaram pior cenário: 17% impróprias para o consumo humano e 31% insatisfatórias. Dos alimentos de ambulantes vendidos na rua, 41% foram considerados insatisfatórios e 9% impróprios.

“Restaurante” foi o segmento com maior número de amostras insatisfatórias: 89% das saladas analisadas apresentaram um ou mais parâmetros indicadores de higiene acima do limite estabelecido na pesquisa. É um resultado preocupante, pois se trata de um alimento cru (saladas de folhas cruas), que deve ser correctamente higienizado e armazenado/distribuído em temperatura adequada (em torno de 4ºC). Além disso, em 9% (cinco amostras) foram detectados microrganismos patogénicos acima do limite legal.

Foram encontrados coliformes fecais em 10 alimentos (7%), numa quantidade que variou de 3,0X102 a 4,6X106UFC/g, classificando estes produtos como impróprios para o consumo: queijo coalho comprado na praia de Itapuã em Salvador – BA; três saladas de alface vendidas em restaurantes self-service, queijo coalho e sanduiche natural vendidos na praia de Boa Viagem, todos em Recife-PE; batata vinagrete comprada na praia, pastel de frango com catupiry comprado em vendedor ambulante e salada de alface comprado em restaurante self-service, todos em Guarujá – SP; cachorro quente comprado em um vendedor ambulante na Barra Funda, zona oeste de São Paulo – SP.

Venda ambulante Foram detectados estafilococos coagulase positiva em seis amostras (4%), sendo que destas, três (2,0%) estavam acima do limite previsto em lei (máximo de 103UFC/g). A contagem variou de <10 a 2,5X104UFC/g. São eles: quibe comprado em um vendedor ambulante no centro de Florianópolis – SC; queijo coalho comprado na praia de Boa Viagem em Recife – PE; coxinha comprada em um vendedor ambulante no centro do Rio de Janeiro – RJ. Os produtos se caracterizam como impróprios ao consumo.

A toxina da bactéria Bacillus Cereus, que pode causar diarreia ou provoca vómito estava presente em 13 amostras (9%), sendo que destas, cinco (38,46%) estavam acima do limite previsto em lei (máximo de 103UFC/g). A contagem variou de <10 a 4,1X105UFC/g. Os alimentos impróprios para o consumo: camarão vendido na praia de Boa Viagem em Recife – PE; pastel de frango com catupiry comprado em um vendedor ambulante no centro do Guarujá – SP; salada de alface comprada em um restaurante do tipo self-service em Porto Alegre – RS; dois cachorros quentes comprados em vendedores ambulantes; sendo um no centro e outro na Barra Funda (zona oeste), ambos em São Paulo – SP.

Os alimentos foram divididos em três grupos: os vendidos em restaurantes – saladas de folhas cruas; os vendidos por ambulantes nas ruas (comercializados em carrocinhas, barracas e similares – cachorro quente, pastel, coxinha, tapioca e etc); e os vendidos por ambulantes nas praias – queijo coalho, camarão, frutas, sanduíche natural e etc.

Os alimentos foram comprados, acondicionados em sacos plásticos estéreis, sendo imediatamente armazenados em caixas isotérmicas (contendo gelo) e levados para o laboratório para realização das análises.

Foi verificada a presença de microrganismos previstos na lei brasileira para cada tipo de alimento, além daqueles considerados interessantes para caracterizar a qualidade higiénica, independente da legislação.

Os resultados deste teste retratam uma fotografia do momento. Portanto, os resultados apresentados reflectem a situação do estabelecimento/comércio ambulante apenas no período em que as análises foram conduzidas.

Os resultados do estudo foram enviados às Vigilâncias Sanitárias municipais de cada cidade em que foi feita a pesquisa. A PROTESTE cobra maior fiscalização dos estabelecimentos e do comércio ambulante, em relação a todas as etapas do processo produtivo. Também solicitou formação dos manipuladores de alimentos e campanhas para sensibilizar os comerciantes sobre a importância do cumprimento das boas práticas de fabricação.

Na análise de clostrídios sulfito redutores apenas em alimentos à base de algum tipo de carne (bovina, frango e etc., incluindo embutidos), dos 65 alimentos analisados com esta composição, foram encontrados estes microrganismos em dois deles, sendo um em quantidade acima do limite previsto em lei: 6,1x106UFC/g, caracterizando este alimento (coxinha comprada em um vendedor ambulante no centro de Belo Horizonte), como impróprio para o consumo.

Todos os resultados do teste estão sendo apresentados no XI Seminário Internacional PROTESTE de Defesa do Consumidor, que tem como tema: o consumidor está seguro quanto à higiene dos alimentos quando se alimenta fora de casa? O evento ocorre nesta quarta-feira (4) na Unicamp, em Campinas.

Fonte Proteste 04-09-2013

 

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