Nova campanha de recolha de alimentos dos Bancos Alimentares este fim-de-semana
Os Bancos Alimentares Contra a Fome voltam a apelar à solidariedade dos portugueses para mais uma recolha de alimentos nos os dias 27 e 28 deste mês (sábado e domingo). Os portugueses têm sabido responder com grande generosidade aos apelos do Banco Alimentar com a doação de alimentos, e a Campanha que decorre este fim-de-semana realiza-se num contexto particularmente difícil para as famílias, mas por mais pequena que seja a contribuição, muitas pessoas irão beneficiar dessa ajuda.

Em 18 regiões do País (Lisboa, Porto, Coimbra, Évora, Beja, Aveiro, Abrantes, Setúbal, Cova da Beira, Leiria-Fátima, Oeste, Algarve, Portalegre, Braga, Santarém, Viseu, Viana do Castelo e ilhas de São Miguel e Terceira), cerca de 30 mil voluntários devidamente identificados estarão à porta de 1.147 estabelecimentos comerciais a convidar os portugueses a associarem-se a uma causa que já conhecem, doando as suas contribuições em alimentos.

O produto da Campanha será distribuído de imediato e localmente a pessoas com carências alimentares comprovadas através de mais de 1.800 instituições de Solidariedade Social previamente seleccionadas e acompanhadas ao longo de todo o ano por voluntários visitadores. Este modelo de intervenção permite uma grande proximidade entre quem dá e quem recebe e possibilita o desenvolvimento de um trabalho de inclusão social que vai para além do mero assistencialismo.

Dificuldades agravam-se

A pobreza está a aumentar em Portugal e a um ritmo sem precedentes. Crise, desemprego e endividamento são palavras que muitos portugueses conhecem bem. Muitas famílias lutam com dificuldades para se alimentarem, e para muitas crianças a instituição que frequentam constitui o único local onde usufruem de uma refeição quente. Portugal é um dos países mais pobres da União Europeia, com cerca de dois milhões de portugueses a viver abaixo do limiar da pobreza, ou seja, com pouco mais de 4 euros por dia. Um estudo recente feito pela Universidade Católica em parceria com os Bancos Alimentares e a ENTRAJUDA, que contou com a participação de 15 mil inquiridos, revela que um em cada quatro pobres não come pelo menos um dia por semana e 72% sentem-se pobres. Mais de 20% não conseguem armazenar comida suficiente até ao fim do mês porque não têm dinheiro, sendo esta, de resto, a principal razão apontada por 93% das pessoas para a situação de carência em que se encontram.

Se a maior parte dos carenciados já se encontra reformado (só 16% é que trabalham e desses, apenas 60% a tempo inteiro), a verdade é que todos eles vivem com rendimentos muito baixos. Cerca de metade revela que vive com menos de 250 euros por mês e 90% recebem menos do que o salário mínimo.

As zonas com maior número de pessoas apoiadas são o Porto (com 73.137 carenciados a receber apoio alimentar), Lisboa, (72.155) Aveiro (30.000) e Setúbal (33.600).

Campanha ‘Ajuda Vale’

Em simultâneo decorre até dia 5 de Dezembro, a Campanha “Ajuda que Vale”, que permite a recolha de alimentos sob a forma de vales que representam alguns produtos básicos à alimentação, como azeite, óleo, leite, salsichas e atum. Cada cupão representa uma unidade do produto (por exemplo, ‘1 litro de azeite’, ‘1 litro de leite’, etc.). Este cupão, para além de mencionar que se trata de uma entrega destinada aos Bancos Alimentares Contra a Fome, refere de forma clara a identificação do tipo de produto, a respectiva unidade e inclui um código de barras próprio, através do qual é efectuado o controlo das dádivas. Ao efectuar o pagamento, o dador entrega o cupão “Ajuda Vale” na caixa registadora e os produtos ficam claramente identificados no talão de caixa. A logística de transporte para os Bancos Alimentares Contra a Fome fica a cargo de cada uma das cadeias de distribuição.

A campanha ‘Ajuda que Vale’ vai decorrer nas lojas das cadeias Dia/Minipreço, El Corte Inglés, Jumbo/Pão de Açúcar, Lidl, Modelo/Continente, Pingo Doce e Feira Nova.

Através desta modalidade, que já vai no quinto ano, cuja execução será auditada externamente, os Bancos Alimentares Contra a Fome conseguirão chegar à quase totalidade das localidades do País, promovendo ainda mais uma lógica de proximidade e de facilidade de contributo.

Também na rede de lojas Payshop, 3.800 espaços espalhadas por todo o país, é possível contribuir para esta campanha, fazendo uma doação em dinheiro que será convertida em leite e dará lugar à emissão de recibo.

Mais de 280 mil pessoas receberam ajuda este ano

Na última Campanha de Recolha de Alimentos realizada em Maio deste ano (entre os dias 29 e 30) foram recolhidas 1.948 toneladas de géneros alimentares, correspondendo a um acréscimo de 3,9% face à quantidade recolhida na Campanha de Maio de 2009. No total, foram apoiadas mais de 280 mil pessoas comprovadamente carenciadas. Entre Janeiro e Junho foram recolhidas pelos 17 Bancos em actividade mais de 11 mil toneladas de alimentos.

De acordo com dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome, ao longo de 2009 foram apoiadas com produtos mais de 1.700 instituições, que concederam ajuda alimentar a cerca de 275 mil pessoas comprovadamente carenciadas. O ano passado, os bancos alimentares distribuíram um total de 23.100 toneladas de alimentos (equivalentes a um valor global estimado superior a 32,72 milhões de euros, correspondendo a um movimento médio de 43,7 toneladas por dia útil).

Recolha nacional, ajuda local

Os Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem, ao longo de todo o ano, os géneros alimentares recorrendo a Instituições de Solidariedade Social por si seleccionadas e acompanhas em permanência. Incentivam as visitas domiciliárias e o acompanhamento muito próximo e individualizado de cada pessoa ou família necessitada por estas instituições, de forma a ser possível efectuar, em simultâneo, um verdadeiro trabalho de inclusão social.

A dádiva e a partilha são os valores que norteiam as relações que se estabelecem entre os Bancos Alimentares e os diferentes intervenientes e parceiros (voluntários, instituições beneficiárias, fornecedores da indústria agro-alimentar, empresas de serviços, poder público e o público em geral), em particular durante os fins-de-semana das campanhas de recolha, em que todos trabalham lado a lado por uma causa comum: a luta contra as carências alimentares e a fome.

Banco Alimentar
http://www.bancoalimentar.pt/

 

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