
Criar produtos capazes de substituir os tradicionais plásticos fabricados à base de petróleo é o desafio de vários pesquisadores, que estão trabalhando em seus laboratórios para obter material semelhante, tendo como matriz de transformação os biopolímeros, que são encontrados em seres vivos, como plantas e microrganismos.
Neste processo ganha destaque a utilização do amido/fécula de mandioca como fonte fornecedora de polímero, que são compostos químicos de elevada massa molecular, formado por unidades estruturais menores denominadas de monómeros. O principal membro de sua família é o plástico. Mas, também fazem parte da constituição do corpo humano, integrando a composição do código genético: o DNA.
Algumas pesquisas já demonstram resultados positivos, como a criação de três tipos de embalagens pela engenheira agrónoma, Marney Pascoli Cereda, Pesquisadora do Centro de Tecnologias para o Agronegócio (CeTeAgro/UCDB), de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Os resultados dos estudos podem ser definidos em três diferentes grupos: o dos materiais expandidos, similares ao esferovite (isopor), que também podem absorver aromas e sabores, sendo comestíveis, e utilizados nos sectores de embalagem e acondicionamento de alimentos; os produtos prensados, que além do amido são constituídos por grande quantidade de fibras, atribuindo resistência a choques, podendo ser utilizados como tubetes para mudas, cantoneiras para protecção de palletes e de caixas, e como lixeiras para lixo seletivo; e, os filmes de amido, que podem ser comestíveis ou espessos, na forma de impermeabilizantes.
Os filmes de amido podem ser usados como embalagens ou protecção de alimentos, e ainda na forma de sacos para doses únicas de detergentes, utilizados na lavagem de roupas, sendo colocados directamente na máquina de lavar, desaparecendo com o processo de lavagem, que dissolve o produto.
Para a Pesquisadora, a grande vantagem do biopolímero na indústria é a obtenção de produtos finais biodegradáveis, sendo viável produzir materiais de todos os tipos, a partir da fécula/amido, uma vez que, para a transformação dos biopolímeros em produtos acabados, as indústrias poderão utilizar as mesmas máquinas utilizadas para a fabricação de plásticos de polietileno, sendo necessárias, apenas, algumas alterações nos processos. “Não se requer grandes investimentos e se tem a vantagem de se ter uma opção para a produção de materiais que não agridem o meio ambiente”, destaca Marney.
No entanto, economicamente, esta produção apresenta alguns factores negativos, como a baixa resistência à humidade, o que torna elevado o custo para a utilização destes materiais. “Por ser um produto biodegradável ele sofre com a acção da água, pois, em contacto com o líquido, o material pode se deformar ou degradar. Para o uso sem problemas dessas embalagens é preciso a realização de um processo de impermeabilização, o que eleva o custo da produção”, explica a Pesquisadora.
Ela ressalta que há grande demanda por produtos ambientalmente correctos, e que a substituição dos materiais provenientes do petróleo por itens fabricados a partir do amido ocorrerá quando aquele tiver seu preço aumentado. “O processo produtivo se equilibrará, como consequência do aumento do preço do petróleo, pois, a demanda de mercado é muito grande.
Há que se considerar, ainda, que as embalagens feitas a partir do amido não retornarão, já que são, naturalmente, degradadas, havendo necessidade de constante reposição desses produtos”, pondera.
A pesquisadora da Universidade Federal da Bahia, Pricila Veiga dos Santos, desenvolve estudos com filmes de fécula de mandioca desde o ano 2000. Actuando na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Pricila, que pesquisou diversos aditivos, obteve filmes com melhores propriedades mecânicas utilizando como plastificantes o açúcar invertido e a sacarose.
Ela explica que estes dois itens atuam como plastificantes, conferindo maior plasticidade e flexibilidade ao produto final. “Nas pesquisas conseguimos desenvolver um filme de amido/fécula de mandioca que tem a mesma aparência dos filmes de PVC comercializados nos mercados e usados para embalar alimentos. Em um ambiente com humidade controlada o filme de fécula apresentou até 60% de alongamento em relação ao filme de PVC stretch”, compara.
No entanto, o filme de amido perde umidade muito facilmente para o meio ambiente, o que o torna quebradiço quando exposto a ambientes secos. Porém, há, segundo ela, várias pesquisas em andamento que buscam descobrir uma forma de se evitar esta facilidade em perder ou ganhar humidade.
Em suas pesquisas, Pricila também trabalhou com o filme de amido/fécula servindo como matriz para embalagens indicadoras de temperatura. Patenteado pela Agência Inova, da Unicamp (Universidade de Campinas), o filme como indicador de temperatura, muda de cor de acordo com o aumento de temperatura (acima de 80 graus centígrados).
Devido a esta peculiaridade, o produto pode ser utilizado, por exemplo, para indicar quando os alimentos que necessitam de aquecimento em forno estão prontos para ser consumidos. “Nesta pesquisa nos baseamos na reacção de caramelização do indicador contido no filme (de amido, no caso). Desta forma, se aplicarmos um pedaço do filme indicador do lado de fora da embalagem, através de mudança de cor que ocorrerá durante o aquecimento do sistema embalagem-alimento, podemos verificar que tal alimento estaria pronto para o consumo”, detalha.
Como vantagem, ela destaca, também, o fato do filme de amido ser comestível. Assim, caso o produto indicador seja acidentalmente ingerido, não acarretará danos à saúde do consumidor. Outras vantagens apontadas por Pricila são o fato do produto ser biodegradável, e ser obtido de fonte renovável, produzida no País, e de baixo custo: o amido.
Estas, e outras pesquisas, demonstram as inúmeras possibilidades de emprego do biopolímero natural, que é obtido a partir do amido/fécula de mandioca, além de vislumbrar maior diversificação para a utilização dessa matéria-prima no sector industrial.
Fonte ABAM - Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca
http://www.abam.com.br/
Algumas pesquisas já demonstram resultados positivos, como a criação de três tipos de embalagens pela engenheira agrónoma, Marney Pascoli Cereda, Pesquisadora do Centro de Tecnologias para o Agronegócio (CeTeAgro/UCDB), de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Os filmes de amido podem ser usados como embalagens ou protecção de alimentos, e ainda na forma de sacos para doses únicas de detergentes, utilizados na lavagem de roupas, sendo colocados directamente na máquina de lavar, desaparecendo com o processo de lavagem, que dissolve o produto.
Para a Pesquisadora, a grande vantagem do biopolímero na indústria é a obtenção de produtos finais biodegradáveis, sendo viável produzir materiais de todos os tipos, a partir da fécula/amido, uma vez que, para a transformação dos biopolímeros em produtos acabados, as indústrias poderão utilizar as mesmas máquinas utilizadas para a fabricação de plásticos de polietileno, sendo necessárias, apenas, algumas alterações nos processos. “Não se requer grandes investimentos e se tem a vantagem de se ter uma opção para a produção de materiais que não agridem o meio ambiente”, destaca Marney.
No entanto, economicamente, esta produção apresenta alguns factores negativos, como a baixa resistência à humidade, o que torna elevado o custo para a utilização destes materiais. “Por ser um produto biodegradável ele sofre com a acção da água, pois, em contacto com o líquido, o material pode se deformar ou degradar. Para o uso sem problemas dessas embalagens é preciso a realização de um processo de impermeabilização, o que eleva o custo da produção”, explica a Pesquisadora.

Há que se considerar, ainda, que as embalagens feitas a partir do amido não retornarão, já que são, naturalmente, degradadas, havendo necessidade de constante reposição desses produtos”, pondera.
A pesquisadora da Universidade Federal da Bahia, Pricila Veiga dos Santos, desenvolve estudos com filmes de fécula de mandioca desde o ano 2000. Actuando na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Pricila, que pesquisou diversos aditivos, obteve filmes com melhores propriedades mecânicas utilizando como plastificantes o açúcar invertido e a sacarose.
Ela explica que estes dois itens atuam como plastificantes, conferindo maior plasticidade e flexibilidade ao produto final. “Nas pesquisas conseguimos desenvolver um filme de amido/fécula de mandioca que tem a mesma aparência dos filmes de PVC comercializados nos mercados e usados para embalar alimentos. Em um ambiente com humidade controlada o filme de fécula apresentou até 60% de alongamento em relação ao filme de PVC stretch”, compara.
No entanto, o filme de amido perde umidade muito facilmente para o meio ambiente, o que o torna quebradiço quando exposto a ambientes secos. Porém, há, segundo ela, várias pesquisas em andamento que buscam descobrir uma forma de se evitar esta facilidade em perder ou ganhar humidade.
Em suas pesquisas, Pricila também trabalhou com o filme de amido/fécula servindo como matriz para embalagens indicadoras de temperatura. Patenteado pela Agência Inova, da Unicamp (Universidade de Campinas), o filme como indicador de temperatura, muda de cor de acordo com o aumento de temperatura (acima de 80 graus centígrados).
Devido a esta peculiaridade, o produto pode ser utilizado, por exemplo, para indicar quando os alimentos que necessitam de aquecimento em forno estão prontos para ser consumidos. “Nesta pesquisa nos baseamos na reacção de caramelização do indicador contido no filme (de amido, no caso). Desta forma, se aplicarmos um pedaço do filme indicador do lado de fora da embalagem, através de mudança de cor que ocorrerá durante o aquecimento do sistema embalagem-alimento, podemos verificar que tal alimento estaria pronto para o consumo”, detalha.
Como vantagem, ela destaca, também, o fato do filme de amido ser comestível. Assim, caso o produto indicador seja acidentalmente ingerido, não acarretará danos à saúde do consumidor. Outras vantagens apontadas por Pricila são o fato do produto ser biodegradável, e ser obtido de fonte renovável, produzida no País, e de baixo custo: o amido.
Estas, e outras pesquisas, demonstram as inúmeras possibilidades de emprego do biopolímero natural, que é obtido a partir do amido/fécula de mandioca, além de vislumbrar maior diversificação para a utilização dessa matéria-prima no sector industrial.
Fonte ABAM - Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca
http://www.abam.com.br/
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