Uma experiência realizada na Universidade de Missouri, no estado de Columbia, nos Estados Unidos, concluiu que os ratos machos expostos ao bisfenol A (BPA) durante a gestação nas barrigas das mães ficam menos masculinos e atraentes para as fêmeas.
Os resultados não confirmam, mas sugerem que um efeito similar pode acontecer com os meninos. A pesquisa foi publicada no último fim de semana na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
O bisfenol A é usado na fabricação do plástico e no revestimento interno de latas de bebidas e de alimentos. Segundo pesquisas, pode provocar puberdade precoce, cancro (câncer), alterações no sistema reprodutivo e no desenvolvimento hormonal, infertilidade, aborto e obesidade. Por causa disso, já foi proibido na União Europeia, no Canadá, na China, na Malásia e na Costa Rica. Onze estados americanos também já vetaram o BPA em biberões (mamadeiras) e copos infantis.
Segundo o estudo, os ratos cujas mães foram alimentadas com BPA durante a gravidez apresentaram mais dificuldade para sair de um labirinto e menos interesse por exploração do que ratos não expostos à substância química. Para os pesquisadores, esses efeitos sinalizam uma “desmasculinização”, já que as habilidades de deslocamento e a propensão à exploração são consideradas características masculinas clássicas na espécie de ratos estudada. Além disso, num ambiente natural, essas características ajudam os ratos machos jovens a encontrar parceiras.
Numa das etapas da experiência, ratas fêmeas foram colocadas em gaiolas com dois ratos machos – um deles exposto ao bisfenol. O resultado observado é que a fêmea passou o dobro do tempo em “contato nariz com nariz” – expressão utilizada para definir o interesse sexual dos roedores – com o rato não exposto ao químico. Isso acontece, segundo os pesquisadores, por que as fêmeas observaram uma diferença no comportamento dos machos ou nas feromonas (feromônios) exalados.
“Os ratos expostos ao BPA tinham uma aparência externa normal”, disse Cheryl Rosenfeld, principal autora do estudo e professora de ciências biomédicas da Universidade de Missouri. “Nós avaliamos as habilidades motoras e sensoriais. As duas foram normais. É impossível diferenciar um rato do outro. Mas ao aprofundar a observação, as diferenças emergiram. O fato de termos descoberto esse comportamento sexual seletivo foi um resultado diferente.”
Efeitos em seres humanos
Como na maioria de estudos com animais, é muito cedo para dizer como esses resultados podem ser traduzidos para a espécie humana. O número pequeno de pesquisas com humanos já associou altos níveis de exposição à substância (medidos na urina) com impotência, perda de libido, baixa qualidade de esperma e até um maior nível de testosterona. No entanto, não existe ainda indicação de que o bisfenol tenha nenhum efeito na masculinidade de meninos ou homens.
É claro que a definição de masculinidade e dos fatores que levam fêmeas a escolher seus parceiros são muito mais complexas em homens do que em ratos. E nos homens o tempo entre o nascimento e a maturidade sexual é em torno de 12 anos, enquanto nos ratos esse tempo é de 60 dias. Mesmo assim, Rosenfeld e sua equipa disseram que o estudo pode levar a novas maneiras de explorar os efeitos da exposição ao bisfenol em humanos.
Por exemplo, os níveis de testosterona e outras hormonas (hormônios) em ratos adultos expostos ao BPA não eram diferentes dos ratos que não foram expostos, o que sugere que a exposição ao bisfenol afeta o comportamento dos machos sem alterar os níveis de hormonas. Também sugere que os pesquisadores talvez tenham que olhar além dos níveis de hormonas quando estão desenvolvendo estudos relacionados ao químico em humanos, disse John Meeker, professor da Universidade de Saúde Pública de Michigan.
“Em uma pesquisa com humanos, muitas vezes dependemos de um resultado como uma mudança nos níveis de hormona”, disse Meeker, que não fez parte da pesquisa publicada, mas que já estudou uma possível relação entre a exposição ao BPA e a infertilidade em homens. “É possível que o BPA possa influenciar a reprodução de uma maneira que não está sendo avaliada nos estudos atuais. Essa nova pesquisa está sugerindo uma nova maneira de avaliar os impactos do BPA no futuro.”
Apesar da dificuldade inerente de associar estudos animais para humanos, Rosenfeld disse que a pesquisa gera ainda mais perguntas sobre os efeitos do BPA, especialmente durante a gravidez. “Nós temos características sexuais seletivas assim como os animais. Mas não há porque deduzirmos que animais se comportariam de maneira diferente dos humanos”, disse Rosenfeld. “O resultado também sugere que o período de desenvolvimento é muito importante – o mesmo período que a prole é exposta a substâncias como os desreguladores endócrinos. Mulheres grávidas devem começar a considerar que a exposição a esses químicos está afetando seus filhos”, finaliza.
Fonte taodoconsumo 04-07-2011
http://healthland.time.com/2011/06/28/bpa-makes-male-mice-less-masculine-and-less-appealing-to-mates/
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Segundo o estudo, os ratos cujas mães foram alimentadas com BPA durante a gravidez apresentaram mais dificuldade para sair de um labirinto e menos interesse por exploração do que ratos não expostos à substância química. Para os pesquisadores, esses efeitos sinalizam uma “desmasculinização”, já que as habilidades de deslocamento e a propensão à exploração são consideradas características masculinas clássicas na espécie de ratos estudada. Além disso, num ambiente natural, essas características ajudam os ratos machos jovens a encontrar parceiras.
Numa das etapas da experiência, ratas fêmeas foram colocadas em gaiolas com dois ratos machos – um deles exposto ao bisfenol. O resultado observado é que a fêmea passou o dobro do tempo em “contato nariz com nariz” – expressão utilizada para definir o interesse sexual dos roedores – com o rato não exposto ao químico. Isso acontece, segundo os pesquisadores, por que as fêmeas observaram uma diferença no comportamento dos machos ou nas feromonas (feromônios) exalados.
“Os ratos expostos ao BPA tinham uma aparência externa normal”, disse Cheryl Rosenfeld, principal autora do estudo e professora de ciências biomédicas da Universidade de Missouri. “Nós avaliamos as habilidades motoras e sensoriais. As duas foram normais. É impossível diferenciar um rato do outro. Mas ao aprofundar a observação, as diferenças emergiram. O fato de termos descoberto esse comportamento sexual seletivo foi um resultado diferente.”
Efeitos em seres humanos
Como na maioria de estudos com animais, é muito cedo para dizer como esses resultados podem ser traduzidos para a espécie humana. O número pequeno de pesquisas com humanos já associou altos níveis de exposição à substância (medidos na urina) com impotência, perda de libido, baixa qualidade de esperma e até um maior nível de testosterona. No entanto, não existe ainda indicação de que o bisfenol tenha nenhum efeito na masculinidade de meninos ou homens.
É claro que a definição de masculinidade e dos fatores que levam fêmeas a escolher seus parceiros são muito mais complexas em homens do que em ratos. E nos homens o tempo entre o nascimento e a maturidade sexual é em torno de 12 anos, enquanto nos ratos esse tempo é de 60 dias. Mesmo assim, Rosenfeld e sua equipa disseram que o estudo pode levar a novas maneiras de explorar os efeitos da exposição ao bisfenol em humanos.
Por exemplo, os níveis de testosterona e outras hormonas (hormônios) em ratos adultos expostos ao BPA não eram diferentes dos ratos que não foram expostos, o que sugere que a exposição ao bisfenol afeta o comportamento dos machos sem alterar os níveis de hormonas. Também sugere que os pesquisadores talvez tenham que olhar além dos níveis de hormonas quando estão desenvolvendo estudos relacionados ao químico em humanos, disse John Meeker, professor da Universidade de Saúde Pública de Michigan.
“Em uma pesquisa com humanos, muitas vezes dependemos de um resultado como uma mudança nos níveis de hormona”, disse Meeker, que não fez parte da pesquisa publicada, mas que já estudou uma possível relação entre a exposição ao BPA e a infertilidade em homens. “É possível que o BPA possa influenciar a reprodução de uma maneira que não está sendo avaliada nos estudos atuais. Essa nova pesquisa está sugerindo uma nova maneira de avaliar os impactos do BPA no futuro.”
Apesar da dificuldade inerente de associar estudos animais para humanos, Rosenfeld disse que a pesquisa gera ainda mais perguntas sobre os efeitos do BPA, especialmente durante a gravidez. “Nós temos características sexuais seletivas assim como os animais. Mas não há porque deduzirmos que animais se comportariam de maneira diferente dos humanos”, disse Rosenfeld. “O resultado também sugere que o período de desenvolvimento é muito importante – o mesmo período que a prole é exposta a substâncias como os desreguladores endócrinos. Mulheres grávidas devem começar a considerar que a exposição a esses químicos está afetando seus filhos”, finaliza.
Fonte taodoconsumo 04-07-2011
http://healthland.time.com/2011/06/28/bpa-makes-male-mice-less-masculine-and-less-appealing-to-mates/
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