Cada angolano gasta em alimentação mais de metade dos seus rendimentos
O Inquérito sobre Bem-estar da População revela que cada pessoa em Angola tem um consumo médio mensal de 6.449 kwanzas, valor correspondente aos gastos para fazer face às necessidades alimentares e de conforto.

O relatório, lançado recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística, analisa os indicadores socioeconómicos, as receitas e despesas da população e os níveis de pobreza no país.

De acordo com o inquérito, 57 por cento do consumo mensal é dedicado às necessidades de consumo alimentar e bebidas não alcoólicas. “As despesas com a renda de casa, constituem 10 por cento do consumo per capita, enquanto as despesas com os serviços de utilidade doméstica representam oito por cento do consumo”, aponta o inquérito.

Incidência da pobreza

A pesquisa garante a existência de desigualdades em função das áreas de residência. A população urbana tem um nível de consumo geral duas vezes superior ao da população rural.

O inquérito revela que a linha de pobreza está estimada em 4.793 kwanzas por adulto por mês. O acesso inadequado à alimentação, aos serviços de saúde, baixo capital humano, habitação, bens e serviços remetem 37 por cento da população angolana para uma situação de pobreza. Além da maior incidência da pobreza ser três vezes superior nas áreas rurais do que nas urbanas, o relatório confirma, com provas sólidas, que a educação é um dos principais factores de pobreza em Angola.“Quanto mais elevado é o nível de escolaridade do líder do agregado, mais baixo é a pobreza da família”, descreve o relatório.

A pesquisa explica que 62 por cento da população que vive em agregados familiares, cujo líder não possui nenhum nível de escolaridade, é pobre, e 14 por cento, onde o responsável da família concluiu o ensino secundário ou nível mais elevado também, é pobre.

A nível nacional, 88 por cento das famílias vivem em habitações inadequadas, sendo a proporção menor nas áreas urbanas, com 79 por cento, comparativamente às áreas rurais, com 99 por cento, onde as famílias vivem em habitações inadequadas.

Agregados familiares

O inquérito estima que 42,5 por cento dos agregados familiares vivem numa situação de sobrelotação, revelando um défice habitacional no país, face ao rápido crescimento da população urbana. “Calcula-se que metade da população esteja concentrada nas zonas urbanas com 58 por cento, em particular nas províncias de Luanda, Benguela, Huíla, Huambo e Kwanza-Sul”, indica a pesquisa.

Em Angola, 36 por cento da população tem acesso à rede eléctrica, sobretudo na área urbana, onde existe maior concentração de agregados familiares, consumindo 62,5 por cento de electricidade da rede, enquanto na zona rural o candeeiro a petróleo ocupa esse lugar com 63,4 por cento.

Fonte jornaldeangola 12-09-2011

 

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