Pesquisa pode esclarecer contaminação alimentar por clembuterol
Um estudo sobre a eliminação de pequenas doses de clembuterol pelo corpo humano pode abrir novas perspectivas na identificação de doping não intencional após a ingestão de alimentos contaminados.

Pesquisadores do Centro de Pesquisa e Avaliação Médica da FIFA (F-MARC), do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Esporte, Lazer e Turismo (CLTS) de Nicósia, no Chipre, e do Laboratório Suíço de Análise do Doping, sediado em Lausanne, anunciaram nesta sexta-feira a conclusão da primeira fase de um estudo acerca da questão, ainda indefinida, da contaminação de alimentos por clembuterol.

Casos desse tipo têm sido frequentes em vários países, gerando uma série de problemas práticos, processuais e legais tanto para as agências antidoping quanto para os atletas. A Agência Mundial Antidoping (WADA) foi informada de antemão sobre o estudo e recebeu o protocolo de pesquisa aprovado.

A pesquisa foi desenhada de maneira a simular a ingestão de alimentos contaminados por clembuterol, mesmo quando pequenas quantidades da substância entram no organismo e são então distribuídas, assimiladas e eliminadas por diferentes vias. Todos esses processos e a velocidade em que ocorrem (conhecida como farmacocinética) precisam ser devidamente compreendidos para que seja possível avaliar o efeito de diferentes doses de clembuterol no processo de eliminação da substância pelo corpo do atleta.

As descobertas podem ajudar as agências antidoping a tomarem melhores decisões no julgamento de atletas que se dizem vítimas de doping não intencional após a ingestão de alimentos contaminados por clembuterol.

A primeira fase do estudo avaliou a farmacocinética de três doses diferentes de clembuterol, a exemplo do que acontece na ingestão ocasional de carne contendo diferentes quantidades da substância. Na segunda etapa, será investigado o potencial efeito cumulativo da ingestão repetida de pequenas doses de clembuterol, o que corresponde à situação de um atleta que ingere frequentemente alimentos contaminados com a substância durante longos períodos de tempo. Espera-se que os resultados desse estudo estejam disponíveis no início de 2012.

Os doutores Michael Petrou (CLTS), Martial Saugy e Norbert Baume (Laboratório Suíço de Análise do Doping) e o professor Jiri Dvorak (F-MARC) compõem a equipe responsável pelo estudo, que está sendo conduzido pelo CLTS na Universidade de Nicósia. As amostras de sangue e de urina serão analisadas no Laboratório Suíço de Análise do Doping. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê Nacional de Bioética do Chipre e pelo Conselho Cipriota de Medicamentos e é patrocinada pela FIFA.

Fonte fifa 18-11-2011

 

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