
A produção de biocombustíveis a partir de alimentos é "ridícula", considerou a consultora da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Ann Berg, defendendo a retirada dos subsídios a esta indústria.
"É um uso ridículo para os alimentos quando há pessoas a morrer de fome", afirmou a especialista em mercado e diretora da Bolsa de Chicago em entrevista à Agência Lusa, frisando que é uma opinião pessoal.
A representante da FAO disse que a utilização de alimentos para produzir combustíveis tem um impacto enorme, sobre a disponibilidade e os preços, apontando casos como o dos Estados Unidos da América, onde 40 por cento do milho cultivado é usado em biocombustíveis.
"São cerca de 125 milhões de toneladas que dariam para alimentar 600 milhões de pessoas durante um ano", notou Ann Berg, advogando a retirada de subsídios a esta indústria para que o mercado livre possa funcionar.
Esta seria a forma mais eficaz de aliviar a pressão dos biocombustíveis sobre o preço de matérias-primas básicas já que Ann Berg não acredita noutros mecanismos de controlo, como o preço de desencadeamento (`trigger price`).
"Há quem defenda que, se os preços dos cereais subirem a partir de um determinado valor, a produção de biocombustíveis devia ser travada, mas não acredito que o `trigger price` seja uma solução para o problema".
Ann Berg adiantou, por outro lado, que os mercados emergentes são os mais afetados pela subida dos preços das matérias-primas porque tendem a basear-se mais nos cereais, enquanto nos países desenvolvidos os preços das matérias-primas básicas não variam muito.
"Nos EUA e na Europa, os preços destes produtos não variam muito, porque os alimentos são muito processados, são transportados, tem custos de publicidade, etc. Por exemplo, no preço do pão, só 8 por cento é relativo ao trigo, o resto advém da transformação em farinha, colocação nos mercados, etc."
Ann Berg é uma das convidadas do VIII Congresso Nacional do Milho, onde irá abordar a volatilidade das cotações no mercado mundial de cereais.
Fonte lusa 80-02-2012
A representante da FAO disse que a utilização de alimentos para produzir combustíveis tem um impacto enorme, sobre a disponibilidade e os preços, apontando casos como o dos Estados Unidos da América, onde 40 por cento do milho cultivado é usado em biocombustíveis.
"São cerca de 125 milhões de toneladas que dariam para alimentar 600 milhões de pessoas durante um ano", notou Ann Berg, advogando a retirada de subsídios a esta indústria para que o mercado livre possa funcionar.
Esta seria a forma mais eficaz de aliviar a pressão dos biocombustíveis sobre o preço de matérias-primas básicas já que Ann Berg não acredita noutros mecanismos de controlo, como o preço de desencadeamento (`trigger price`).
"Há quem defenda que, se os preços dos cereais subirem a partir de um determinado valor, a produção de biocombustíveis devia ser travada, mas não acredito que o `trigger price` seja uma solução para o problema".
Ann Berg adiantou, por outro lado, que os mercados emergentes são os mais afetados pela subida dos preços das matérias-primas porque tendem a basear-se mais nos cereais, enquanto nos países desenvolvidos os preços das matérias-primas básicas não variam muito.
"Nos EUA e na Europa, os preços destes produtos não variam muito, porque os alimentos são muito processados, são transportados, tem custos de publicidade, etc. Por exemplo, no preço do pão, só 8 por cento é relativo ao trigo, o resto advém da transformação em farinha, colocação nos mercados, etc."
Ann Berg é uma das convidadas do VIII Congresso Nacional do Milho, onde irá abordar a volatilidade das cotações no mercado mundial de cereais.
Fonte lusa 80-02-2012
Comentários: