Milhares de análises a produtos alimentares são realizadas nos Laboratórios da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) de acordo com normas comunitárias. Laboratórios certificados que abrangem áreas da microbiologia, físico-química e análises sensoriais a bebidas em especial às vitivinícolas, espirituais e azeites.
Grande parte da atividade da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) é desenvolvida nos laboratórios. Entre cinquenta a sessenta especialistas trabalham em permanência analisando e avaliando os riscos dos produtos alimentares para garantir a qualidade de muita da nossa alimentação.
Laboratórios certificados que utilizam moderna tecnologia e procedimentos e de acordo com as normas internacionais.
O trabalho desenvolvido nos laboratórios é fundamental no contexto geral da missão da Autoridade para a ASAE e especialmente como garantia da segurança dos alimentos para os consumidores, como lembra Leonardo Mathias, Secretário de Estado da Economia, durante a visita que fez aos laboratórios.
«São sem dúvida um Centro de excelência e são também um aspeto extremamente importante daquilo que é o trabalho da ASAE e que poucas vezes é divulgado», afirma o Secretário de Estado.
Leonardo Mathias relembra ainda que «no Plano Anual, a ASAE analisa cerca de 2 mil amostras de alimentos e faz cerda de 65 mil análises por estes laboratórios».
Cerca de 90% das doenças transmitidas por alimentos vêm de microrganismos. Monitorizar os alimentos para limitar os riscos biológicos é uma preocupação que leva à definição de um Plano Anual de Recolha de Amostras de Alimentos para Análise, como esclarece Graça Mariano, Diretora de Serviços do Departamento de Riscos Alimentares e Laboratórios da ASAE.
«É definido anualmente quais os alimentos e em regra é no retalho» que são obtidas as amostras e «se há resultados não conformes há que tomar medidas, deixando de ser um plano de monitorização para passarmos a ter que tomar medidas», explica a Diretora.
«É a área operacional que vai ao local tomar nota, fazer a rastreabilidade e saber se existe ainda produto. E caso estejamos perante uma situação que tenha risco para a saúde, faz-se a retirada do mercado e depois vai-se mesmo à fonte da contaminação, vai-se à indústria para perceber qual foi a origem da situação e tomar todas as medidas adequadas», afirma Graça Mariano.
A partir da deteção do risco é seguido um conjunto de ações para limitar as consequências para a saúde do consumidor. No Laboratório de Microbiologia, a deteção de algumas bactérias nos alimentos merece especial atenção.
«Nós cumprimos o regulamento comunitário que estabelece alguns microrganismos como a salmonela, listeria, que é onde nós investimos mais porque é sempre onde existem mais problemas nos produtos cárneos e nos queijos e, por isso, é ai que investimos sempre mais», afirma Graça Mariano.
Uma vez que a rapidez das análises aos produtos é crucial para a tomada das medidas, a ASAE fez parcerias com outras entidades. «Deixámos de fazer apenas a metodologia clássica, que nos dava muito tempo de resposta, para começarmos a investir também, em parceria com outra entidade, no sentido de ter uma resposta mais breve e em vinte e quatro horas conseguimos dizer se a análise é negativa e libertamos o produto», sendo que «é mais fácil tomar medidas com um tempo de resposta tão curto», explica a Diretora.
A contaminação química dos produtos, bem como a contaminação biológica, são preocupações no Laboratório de Físico-química.
Graça Mariano explica que este é «o laboratório nacional de referência para microtoxinas e dioxinas, ambos contaminantes muito importantes» para além que «relativamente às dioxinas somos o único laboratório do país que fazemos (análises) às dioxinas».
A especialista acrescenta que são colhidos «todo o género de alimentos e analisamos contaminantes, aditivos, metais pesados, alergénios».
Sendo que de acordo com Graça Mariano, os alergéneos são «agora a grande preocupação porque até agora havia a questão da microbiologia que tinha um efeito direto e havia a preocupação de ter um efeito muito rápido». Agora «os alergéneos entram também nessa área de preocupação imediata, pelo que estamos também a investir e a desenvolver métodos para avançar com essas metodologias e esse controlo no mercado».
Outro dos laboratórios da ASAE é o de Bebidas e Produtos Vitivinícolas. São diversos os trabalhos deste laboratório que inclui análises físico-químicas, provas sensoriais e mesmo análises por espectrómetro de ressonância magnética nuclear que permite identificar a proveniência de espécies botânicas, como sejam as castas de uvas.
Graça Mariano explica que neste laboratório «para além de analisar todo o tipo de bebidas – aguardentes, vinhos, cervejas, vinagres – tem uma componente muito importante que é a análise sensorial, em que temos uma câmara de provadores, única no país e que está acreditada para azeites».
Análises que funcionam como complementares já «que o resultado analítico de uma bebida alcoólica ou de um azeite é a conjugação do resultado físico-químico e da análise sensorial», afirma.
Uma atuação preventiva leva a ASAE a colher amostras das bebidas nos estabelecimentos de venda direta aos consumidores. «Fazemos no retalho a bebidas fechadas, mas também vamos a estabelecimentos que servem bebidas para confirmarmos se há tentativa de fraude ou de falsificação, portanto, adição de outras bebidas na garrafa que tem um rótulo diferente», explica a Diretora.
As irregularidades detetadas nas bebidas são várias e as ligadas à rotulagem assumem especial dimensão. Graça Mariano afirma que «no ano passado em Dezembro chegaram aos 11%, mas contou muito com a questão da rotulagem, não foi tanto pela não conformidade laboratorial, mas mais pela rotulagem».
Aqui, «enquanto Departamento de Riscos Alimentares e Laboratórios da ASAE, não nos limitados a fazer apenas as análises, mas também apreciamos a rotulagem que está legislada e consoante o produto tem especificidade e é isso que é apreciado para saber se aquela rotulagem está ou não conforme com o que está determinada para aquele tipo de produto».
Tendo como principal preocupação uma intervenção preventiva para garantir a segurança alimentar, o Departamento de Riscos Alimentares e Laboratórios da ASAE presta também serviços e recebe solicitações de diversas entidades.
A este respeito Leonardo Mathias explica que «cerca de 25% das entidades ‘clientes’ não são a ASAE, portanto, a PSP, a GNR, inclusivamente, particulares podem recorrer a estes Laboratórios de excelência e inclusivamente países de língua oficial portuguesa – Cabo Verde, Angola – que pedem a estes Laboratórios amostras para que sejam feitas as análises».
Meios e técnicos especializados da ASAE são hoje uma das mais fortes garantias de controlo e combate ao risco da segurança alimentar, com o objetivo de garantir a defesa da qualidade da saúde e da economia do país.
Fonte TV Ciência
Laboratórios certificados que utilizam moderna tecnologia e procedimentos e de acordo com as normas internacionais.
O trabalho desenvolvido nos laboratórios é fundamental no contexto geral da missão da Autoridade para a ASAE e especialmente como garantia da segurança dos alimentos para os consumidores, como lembra Leonardo Mathias, Secretário de Estado da Economia, durante a visita que fez aos laboratórios.
«São sem dúvida um Centro de excelência e são também um aspeto extremamente importante daquilo que é o trabalho da ASAE e que poucas vezes é divulgado», afirma o Secretário de Estado.
Leonardo Mathias relembra ainda que «no Plano Anual, a ASAE analisa cerca de 2 mil amostras de alimentos e faz cerda de 65 mil análises por estes laboratórios».
Cerca de 90% das doenças transmitidas por alimentos vêm de microrganismos. Monitorizar os alimentos para limitar os riscos biológicos é uma preocupação que leva à definição de um Plano Anual de Recolha de Amostras de Alimentos para Análise, como esclarece Graça Mariano, Diretora de Serviços do Departamento de Riscos Alimentares e Laboratórios da ASAE.
«É definido anualmente quais os alimentos e em regra é no retalho» que são obtidas as amostras e «se há resultados não conformes há que tomar medidas, deixando de ser um plano de monitorização para passarmos a ter que tomar medidas», explica a Diretora.
«É a área operacional que vai ao local tomar nota, fazer a rastreabilidade e saber se existe ainda produto. E caso estejamos perante uma situação que tenha risco para a saúde, faz-se a retirada do mercado e depois vai-se mesmo à fonte da contaminação, vai-se à indústria para perceber qual foi a origem da situação e tomar todas as medidas adequadas», afirma Graça Mariano.
A partir da deteção do risco é seguido um conjunto de ações para limitar as consequências para a saúde do consumidor. No Laboratório de Microbiologia, a deteção de algumas bactérias nos alimentos merece especial atenção.
«Nós cumprimos o regulamento comunitário que estabelece alguns microrganismos como a salmonela, listeria, que é onde nós investimos mais porque é sempre onde existem mais problemas nos produtos cárneos e nos queijos e, por isso, é ai que investimos sempre mais», afirma Graça Mariano.
Uma vez que a rapidez das análises aos produtos é crucial para a tomada das medidas, a ASAE fez parcerias com outras entidades. «Deixámos de fazer apenas a metodologia clássica, que nos dava muito tempo de resposta, para começarmos a investir também, em parceria com outra entidade, no sentido de ter uma resposta mais breve e em vinte e quatro horas conseguimos dizer se a análise é negativa e libertamos o produto», sendo que «é mais fácil tomar medidas com um tempo de resposta tão curto», explica a Diretora.
A contaminação química dos produtos, bem como a contaminação biológica, são preocupações no Laboratório de Físico-química.
Graça Mariano explica que este é «o laboratório nacional de referência para microtoxinas e dioxinas, ambos contaminantes muito importantes» para além que «relativamente às dioxinas somos o único laboratório do país que fazemos (análises) às dioxinas».
A especialista acrescenta que são colhidos «todo o género de alimentos e analisamos contaminantes, aditivos, metais pesados, alergénios».
Sendo que de acordo com Graça Mariano, os alergéneos são «agora a grande preocupação porque até agora havia a questão da microbiologia que tinha um efeito direto e havia a preocupação de ter um efeito muito rápido». Agora «os alergéneos entram também nessa área de preocupação imediata, pelo que estamos também a investir e a desenvolver métodos para avançar com essas metodologias e esse controlo no mercado».
Outro dos laboratórios da ASAE é o de Bebidas e Produtos Vitivinícolas. São diversos os trabalhos deste laboratório que inclui análises físico-químicas, provas sensoriais e mesmo análises por espectrómetro de ressonância magnética nuclear que permite identificar a proveniência de espécies botânicas, como sejam as castas de uvas.
Graça Mariano explica que neste laboratório «para além de analisar todo o tipo de bebidas – aguardentes, vinhos, cervejas, vinagres – tem uma componente muito importante que é a análise sensorial, em que temos uma câmara de provadores, única no país e que está acreditada para azeites».
Análises que funcionam como complementares já «que o resultado analítico de uma bebida alcoólica ou de um azeite é a conjugação do resultado físico-químico e da análise sensorial», afirma.
Uma atuação preventiva leva a ASAE a colher amostras das bebidas nos estabelecimentos de venda direta aos consumidores. «Fazemos no retalho a bebidas fechadas, mas também vamos a estabelecimentos que servem bebidas para confirmarmos se há tentativa de fraude ou de falsificação, portanto, adição de outras bebidas na garrafa que tem um rótulo diferente», explica a Diretora.
As irregularidades detetadas nas bebidas são várias e as ligadas à rotulagem assumem especial dimensão. Graça Mariano afirma que «no ano passado em Dezembro chegaram aos 11%, mas contou muito com a questão da rotulagem, não foi tanto pela não conformidade laboratorial, mas mais pela rotulagem».
Aqui, «enquanto Departamento de Riscos Alimentares e Laboratórios da ASAE, não nos limitados a fazer apenas as análises, mas também apreciamos a rotulagem que está legislada e consoante o produto tem especificidade e é isso que é apreciado para saber se aquela rotulagem está ou não conforme com o que está determinada para aquele tipo de produto».
Tendo como principal preocupação uma intervenção preventiva para garantir a segurança alimentar, o Departamento de Riscos Alimentares e Laboratórios da ASAE presta também serviços e recebe solicitações de diversas entidades.
A este respeito Leonardo Mathias explica que «cerca de 25% das entidades ‘clientes’ não são a ASAE, portanto, a PSP, a GNR, inclusivamente, particulares podem recorrer a estes Laboratórios de excelência e inclusivamente países de língua oficial portuguesa – Cabo Verde, Angola – que pedem a estes Laboratórios amostras para que sejam feitas as análises».
Meios e técnicos especializados da ASAE são hoje uma das mais fortes garantias de controlo e combate ao risco da segurança alimentar, com o objetivo de garantir a defesa da qualidade da saúde e da economia do país.
Fonte TV Ciência
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