O primeiro anúncio da Coca-Cola em Portugal, mais de 40 anos após o seu lançamento nos Estados Unidos, foi criado pelo poeta Fernando Pessoa, mas acabou por ficar apenas no papel por razões políticas.
Na década de 1920, ao serviço da agência “Hora” Fernando Pessoa criou o slogan “Primeiro Estranha-se, Depois Entranha-se”, que se tornaria num dos slogans publicitários mais conhecidos do século XX em Portugal.
No entanto, a Coca-Cola não viria a tirar grande partido deste momento de inspiração do poeta dos heterónimos, porque rapidamente ficou interdita no nosso país, por alegadamente se tratar de um produto susceptível de criar habituação.
O médico Ricardo Jorge (esse mesmo que deu o nome ao Instituto Ricardo Jorge), na qualidade de Director de Saúde de Lisboa, mandou apreender todas as garrafas de coca-cola que já circulavam no mercado. Para o doutor Ricardo Jorge, o grande problema da coca-cola é que tinha coca no nome e “coca” era a planta donde se extraía a cocaína.
A proibição da coca-cola baseava-se em dois argumentos algo contraditórios: o refrigerante não podia ser vendido porque podia intoxicar os consumidores…. Por outro lado, se o produto não tinha coca (como defendiam os seus vendedores), então anunciá-lo com essa palavra no nome seria, no mínimo, publicidade enganosa. Para quem mandava, estas eram razões mais do que suficientes para impedir que a coca-cola fosse comercializada.
O slogan de Fernando Pessoa ficou, no entanto, para a posterioridade, passando a ser usado em diversas ocasiões com propriedade e elegância literária. No fundo, Pessoa só antecipou o êxito que a coca-cola teve em Portugal, quando a 4 de Julho de 1977, foi finalmente permitida em garrafas de vidro de 20 cl.
Não sabemos ao certo se ao escrever “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”, o poeta se referia à bebida ou à cocaína que supostamente conteria, mas o que é certo é que a expressão se aplica ainda hoje a tudo o que, causando primeiro uma estranheza, depressa se torna familiar… mas não obrigatoriamente uma dependência.
Fonte: sete pecados (i)mortais 25-09-2015
No entanto, a Coca-Cola não viria a tirar grande partido deste momento de inspiração do poeta dos heterónimos, porque rapidamente ficou interdita no nosso país, por alegadamente se tratar de um produto susceptível de criar habituação.
O médico Ricardo Jorge (esse mesmo que deu o nome ao Instituto Ricardo Jorge), na qualidade de Director de Saúde de Lisboa, mandou apreender todas as garrafas de coca-cola que já circulavam no mercado. Para o doutor Ricardo Jorge, o grande problema da coca-cola é que tinha coca no nome e “coca” era a planta donde se extraía a cocaína.
A proibição da coca-cola baseava-se em dois argumentos algo contraditórios: o refrigerante não podia ser vendido porque podia intoxicar os consumidores…. Por outro lado, se o produto não tinha coca (como defendiam os seus vendedores), então anunciá-lo com essa palavra no nome seria, no mínimo, publicidade enganosa. Para quem mandava, estas eram razões mais do que suficientes para impedir que a coca-cola fosse comercializada.
O slogan de Fernando Pessoa ficou, no entanto, para a posterioridade, passando a ser usado em diversas ocasiões com propriedade e elegância literária. No fundo, Pessoa só antecipou o êxito que a coca-cola teve em Portugal, quando a 4 de Julho de 1977, foi finalmente permitida em garrafas de vidro de 20 cl.
Não sabemos ao certo se ao escrever “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”, o poeta se referia à bebida ou à cocaína que supostamente conteria, mas o que é certo é que a expressão se aplica ainda hoje a tudo o que, causando primeiro uma estranheza, depressa se torna familiar… mas não obrigatoriamente uma dependência.
Fonte: sete pecados (i)mortais 25-09-2015
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