Muita gente evita beber leite e consumir os seus derivados por causa da intolerância à lactose. A doença é caracterizada pela dificuldade na digestão da lactose, um carboidrato do leite. Isso ocorre por causa de uma deficiência na produção da lactase, enzima intestinal que quebra o carboidrato em açúcares mais simples. Entre os seus sintomas, estão diarreia, náuseas e cólicas. Pesquisadores estão descobrindo que boa parte de quem pensa ser portador do problema na verdade pode não tê-lo.
Um estudo divulgado na última semana reforçou essa suspeita. Feito na Espanha com 353 pessoas supostamente intolerantes à lactose, o trabalho mostrou que mais da metade delas (189) digeriu sem problemas uma solução do carboidrato correspondente ao contido num litro de leite. “Há uma crença entre os pacientes com sintomas abdominais de que eles são causados pela lactose”, diz a pesquisa, publicada na revista científica “Clinical Gastroenterology and Hepatology”.
A confusão é causada, basicamente, porque as manifestações da intolerância são muito parecidas com as de outras doenças, como a síndrome do intestino irritável, as verminoses, as colites e as intoxicações alimentares. Sem contar os equívocos que existem na separação entre intolerância e alergia ao leite. Se a primeira é originada pela ausência de uma enzima, a segunda consiste numa resposta do sistema imunológico à proteína do leite. Além disso, tem sintomas bem distintos (urticária, febre e edema de glote). Mas existem testes específicos que podem confirmar o diagnóstico de intolerância. “Os exames podem ser de sangue, respiratório ou por endoscopia”.
Para complicar ainda mais o tratamento, há um segundo engano. A partir do momento em que o indivíduo recebe a notícia de que tem intolerância, o usual seria tirar da sua dieta o leite e seus derivados. Porém, os estudos mais recentes revelam que isso está errado. Mesmo os portadores da doença podem, sim, ingerir pelo menos 12 gramas de lactose (o equivalente a um copo de leite) diariamente, sem passar mal. É o que afirma o relatório final de uma conferência realizada pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. Especialistas reunidos pela instituição analisaram as pesquisas disponíveis e chegaram à conclusão de que muita gente pode estar deixando de comer lacticínios (com nutrientes essenciais à saúde, como o cálcio) sem necessidade.
A deficiência na produção da lactase pode ser de três tipos. “Há a alactasia congénita, quando a pessoa já nasce sem produzir a enzima”. Este é um caso mais raro. Existe também o que se chama de deficiência secundária de lactase. Trata-se de uma diminuição transitória da produção da enzima, provocada, por exemplo, por uma infecção pelo rotavirus. “Quando a lesão no intestino causada por um agente externo é curada, a produção volta ao normal”. O mais comum é a hipolactasia do tipo adulto. A produção da lactase vai diminuindo com o tempo – e entra em colapso na fase adulta. “A partir do desmame, o corpo vai deixando de produzir a enzima. Se a pessoa ingere grandes quantidades de lactose, pode ter sintomas de intolerância”. Mas isso não deixa de ser algo natural.
16-05-2010
Médicos advertem que ainda há muita confusão no diagnóstico da intolerância à lactose. E que mesmo quem tem a doença pode consumir um pouco do alimento.
A confusão é causada, basicamente, porque as manifestações da intolerância são muito parecidas com as de outras doenças, como a síndrome do intestino irritável, as verminoses, as colites e as intoxicações alimentares. Sem contar os equívocos que existem na separação entre intolerância e alergia ao leite. Se a primeira é originada pela ausência de uma enzima, a segunda consiste numa resposta do sistema imunológico à proteína do leite. Além disso, tem sintomas bem distintos (urticária, febre e edema de glote). Mas existem testes específicos que podem confirmar o diagnóstico de intolerância. “Os exames podem ser de sangue, respiratório ou por endoscopia”.
Para complicar ainda mais o tratamento, há um segundo engano. A partir do momento em que o indivíduo recebe a notícia de que tem intolerância, o usual seria tirar da sua dieta o leite e seus derivados. Porém, os estudos mais recentes revelam que isso está errado. Mesmo os portadores da doença podem, sim, ingerir pelo menos 12 gramas de lactose (o equivalente a um copo de leite) diariamente, sem passar mal. É o que afirma o relatório final de uma conferência realizada pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. Especialistas reunidos pela instituição analisaram as pesquisas disponíveis e chegaram à conclusão de que muita gente pode estar deixando de comer lacticínios (com nutrientes essenciais à saúde, como o cálcio) sem necessidade.
A deficiência na produção da lactase pode ser de três tipos. “Há a alactasia congénita, quando a pessoa já nasce sem produzir a enzima”. Este é um caso mais raro. Existe também o que se chama de deficiência secundária de lactase. Trata-se de uma diminuição transitória da produção da enzima, provocada, por exemplo, por uma infecção pelo rotavirus. “Quando a lesão no intestino causada por um agente externo é curada, a produção volta ao normal”. O mais comum é a hipolactasia do tipo adulto. A produção da lactase vai diminuindo com o tempo – e entra em colapso na fase adulta. “A partir do desmame, o corpo vai deixando de produzir a enzima. Se a pessoa ingere grandes quantidades de lactose, pode ter sintomas de intolerância”. Mas isso não deixa de ser algo natural.
16-05-2010
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