Chumbo (Pb)
O chumbo é um metal pesado que ocorre naturalmente na crosta terrestre, raramente na forma elementar. Geralmente é encontrado na forma dos minerais galena (PbS), anglesite (PbSO4) e cerusite (PbCO3).

Este metal azul-acinzentado está distribuído por todo o ambiente, principalmente como resultado de actividades antropogénicas, de entre as quais se destacam o seu uso na gasolina e nas tintas.

O chumbo existe nas formas orgânica e inorgânica, ambas tóxicas.

Chumbo orgânico – estava presente na gasolina; actualmente só constitui um risco em determinados contextos ocupacionais.

Chumbo inorgânico – está presente em tintas, canos, munições, cerâmica e jóias, entre outros.

O chumbo orgânico é mais tóxico do que o inorgânico por ser mais rapidamente absorvido. Contudo o chumbo inorgânico é o que se encontra mais disseminado no ambiente. Por este motivo, esta monografia irá focar principalmente esta forma de chumbo.

Propriedades Físico-químicas

Símbolo químico: Pb
Nome Latim: plumbum
Número Atómico: 82
Massa atómica: 207,2
Estado à temperatura ambiente: Sólido
Ponto de ebulição: 1740,0ºC
Ponto de fusão: 327,4ºC
Densidade: 11,4 g/ml
Solubilidade: Insolúvel em água e ligeiramente solúvel em álcool

O chumbo é muito estável e resistente à corrosão, no entanto, a água ácida pode libertar o chumbo dos canos. Não conduz a electricidade e constitui uma protecção efectiva contra a radiação.

Fontes de exposição

Devido às propriedades já descritas e relativa facilidade de manuseamento, o chumbo tem sido usado com muitos objectivos ao longo de milhares de anos. Umas das primeiras vítimas da toxicidade do chumbo foram os consumidores de vinho. O sabor adocicado do chumbo era útil na produção do vinho para contrabalançar o sabor adstringente do ácido tânico das uvas. Este tipo de vinho era uma importante parte da dieta dos romanos ricos.

A diminuição da fertilidade e o aumento das psicoses na aristocracia romana levou a especular-se sobre a implicação do chumbo na queda do Império Romano. Nos tempos mais modernos o chumbo foi adicionado às tintas e à gasolina para melhorar a sua qualidade. No entanto foi eliminado devido a preocupações de saúde. Em Portugal foi publicado o Decreto-Lei n.º 186/99 de 31 de Maio que proibiu a comercialização da gasolina com chumbo a partir de 1 de Julho de 1999.

Fontes de exposição

As tintas são uma das principais fontes de chumbo, podendo este ser libertado por renovação, deterioração, fricção ou impacto. As pessoas que vivem nas áreas onde há casas pintadas com este tipo de tintas podem estar expostas a elevados níveis de chumbo no solo e no pó. Isto torna-se especialmente perigoso para as crianças que têm tendência a levar tudo à boca – “pica”. Em Portugal foi publicado o Decreto-Lei n.º 54/93 que proíbe o uso e a comercialização dos carbonatos de chumbo e dos sulfatos de chumbo puros ou como componentes de preparações destinadas a serem utilizadas como tintas.

Em geral, apenas pequenas quantidades de chumbo são encontradas nos lagos, rios ou lençóis subterrâneos usados no abastecimento de água às populações. Contudo, as águas ácidas facilitam a dissolução do chumbo presente nos canos, soldas e torneiras.

O chumbo pode contaminar a comida durante a produção, processamento e armazenamento. Os vegetais podem conter partículas contaminadas com chumbo resultantes da deposição atmosférica; os alimentos podem ser contaminados quando colocados em contacto com utensílios de cerâmica e as bebidas alcoólicas quando armazenadas em garrafas de cristal.

Existem ainda outros produtos que podem conter chumbo tais como as baterias dos automóveis, a tinta das pontes, os computadores, as munições, as jóias, os cosméticos importados e o material usado para nos proteger das radiações.

Como consequência do uso indiscriminado do chumbo, este tornou-se ubíquo no ambiente, principalmente em zonas próximas de indústrias de chumbo abandonadas, antigas minas e fundições de chumbo, pomares (onde se usaram pesticidas à base de chumbo) e auto-estradas (devido ao uso da gasolina).

Algumas profissões têm um risco elevado de exposição ao chumbo, sendo que os trabalhadores envolvidos na renovação e reabilitação de construções, na incineração de resíduos e nas indústrias de cerâmica, plástico e borracha são dos mais afectados. Esta exposição ocupacional pode resultar numa exposição secundária das famílias dos trabalhadores se estes levarem para casa pó contaminado na pele, roupa e sapatos.

Vias de exposição

A ingestão é a principal via de exposição para a população em geral, sendo especialmente importante nas crianças. No caso da exposição ocupacional a via de maior importância é a inalação. Contudo, os efeitos tóxicos são os mesmos, qualquer que seja a via de exposição.

As partículas com diâmetro superior a 2,5 µm depositam-se nas vias respiratórias e podem ser transportadas pelo muco e pelos cílios para o esófago e posteriormente engolidas. A via cutânea tem apenas um papel importante na exposição ao chumbo orgânico.

Outra via de exposição que pode influenciar os níveis de chumbo na corrente sanguínea é a endógena. Uma vez absorvido, o chumbo pode ser armazenado nos tecidos mineralizados (ossos e dentes) por longos períodos. Quando há necessidades de cálcio esse chumbo pode ser novamente libertado na corrente sanguínea; isto acontece sobretudo na gravidez, lactação e osteoporose e é especialmente perigoso para o feto em desenvolvimento.

Efeitos tóxicos

O chumbo é um dos mais perigosos metais tóxicos pela quantidade e severidade dos seus efeitos. É classicamente uma toxina crónica, sendo observados poucos efeitos após uma exposição aguda a níveis relativamente baixos.

As crianças são mais vulneráveis à intoxicação pelo chumbo do que os adultos: podem estar expostas ao chumbo no útero se estiver presente no organismo da mãe, quando estão a ser amamentadas e engolir e respirar chumbo da areia e pó contaminados, enquanto brincam no chão. As crianças são também mais sensíveis aos seus efeitos: o seu intestino absorve o chumbo mais rapidamente do que o dos adultos, o SNC em desenvolvimento é mais vulnerável aos tóxicos e a sua taxa de respiração é mais elevada do que a dos adultos.

O chumbo pode atravessar a barreira placentária e os níveis de chumbo do sangue materno são semelhantes aos encontrados no cordão umbilical no nascimento. A passagem transplacentária torna-se detectável entre as 12 e as 14 semanas de gestação e aumenta até ao nascimento.

Indivíduos sujeitos à remoção de um rim, indivíduos geneticamente dispostos a disfunção tubular renal e indivíduos que excretam uma percentagem mais baixa de chumbo que o normal são mais susceptíveis aos efeitos do chumbo.

Os profissionais com risco elevado de exposição ao chumbo são também mais afectados que a população em geral.

Comunicação de risco

O chumbo é um metal azul-acinzentado que é extraído da crosta terrestre e tem sido usado para vários fins industriais ao longo do tempo. Existe nas formas orgânica e inorgânica, ambas tóxicas. Foi muito usado nas tintas e gasolina e hoje está presente quer no ambiente, quer no interior dos edifícios, sendo um metal muito persistente. Em Portugal a comercialização da gasolina com chumbo está proibida desde 1 de Julho de 1999. Contudo, existem ainda algumas regiões no mundo, principalmente em África, que continuam a usar o chumbo para reforçar os níveis de octanas da gasolina.

A maioria das pessoas, especialmente as crianças, que sofrem intoxicações por chumbo (saturnismo) teve como principal fonte de exposição o pó e os solos contaminados. As casas antigas onde se usaram tintas contendo chumbo constituem um perigo se essa tinta for libertada. Algumas pessoas podem ainda estar expostas ao chumbo no local de trabalho: os trabalhadores envolvidos na renovação e reabilitação de construções, na incineração de resíduos e nas indústrias de cerâmica, plástico e borracha são os mais afectados.

Esta exposição ocupacional pode resultar numa exposição secundária das famílias dos trabalhadores se estes levarem para casa pó contaminado na pele, roupa e sapatos. Outras fontes de exposição incluem a água, álcool, alimentos e objectos contaminados (computadores, munições e jóias, entre outros).

Como consequência do seu uso indiscriminado, este tornou-se ubíquo no ambiente, principalmente em zonas próximas de indústrias de chumbo abandonadas, antigas minas, fundições de chumbo, pomares (onde se usaram pesticidas à base de chumbo) e auto-estradas (devido ao uso da gasolina).

 

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