O nome Brucella foi
atribuído ao agente da febre de Malta (brucelose, febre mediterrânea),
inicialmente designado Microccus melitensis, em homenagem ao médico
inglês David Bruce que, em 1887, isolou a primeira bactéria pertencente
a este género.
A brucelose foi eficientemente erradicada nos Estados
Unidos, Escandinávia e Reino Unido através de campanhas constantes de
abate de animais portadores da doença, além de outras medidas. A doença
ainda tem uma prevalência considerável em algumas zonas do sul da
Europa.
Em Portugal existe um programa para a erradicação da doença, embora ainda se possa considerar relativamente elevado o número de casos declarados anualmente.
Principais espécies de Brucella
São conhecidas seis espécies pertencentes ao género Brucella. No entanto, são quatro as espécies patogénicas para o Homem. Cada uma destas é associada com um animal hospedeiro; B. abortus ao gado bovino, B. melitensis ao gado ovino e caprino, B. suis aos suínos e B. canis aos caninos. A maioria dos casos de brucelose está associada com B. melitensis.
Características morfológicas e fisiológicas
Brucella é uma bactéria Gram-negativa que pertence à família Brucellaceae. As células têm a forma de bastonetes curtos e ovais (bacilos/cocobacilos) imóveis, aparecendo normalmente isoladas ou, com menor frequência, aos pares ou em cadeias curtas.
As condições que permitem o seu crescimento e sobrevivência são as seguintes:
# Temperatura
Brucella consegue crescer em ambientes com temperaturas entre 20 e 40?C e tem uma temperatura óptima de crescimento (temperatura à qual a taxa específica de crescimento é máxima) de 37?C. É destruída a 63ºC durante 7-10 min.
# pH
Brucella spp. consegue crescer em ambientes com valores de pH entre 5,8 e 8,7 e apresenta uma taxa específica de crescimento máxima em ambientes com valores de pH entre 6,6 e 7,4, a 37ºC. Alguns autores apresentam valores ligeiramente diferentes o que poderá ser atribuído aos diferentes meios e acidulantes utilizados experimentalmente.
Em produtos lácteos, a gordura protege as células de brucela do efeito do pH, pelo que o seu crescimento pode ocorrer a valores ligeiramente inferiores aos mencionados anteriormente.
# Actividade de água (aw)
B. suis e B. melitensis não crescem em meios sintéticos com concentrações de cloreto de sódio superiores a 3 e 4%, respectivamente. Concentrações superiores a 4% de cloreto de sódio são letais.
A sobrevivência de Brucella foi observada durante 45 dias numa salmoura (27% NaCl), utilizada na produção de leite de cabra (ICMSF, 1996).
# Relação com o oxigénio
As espécies de Brucella têm metabolismo aeróbio estrito.
Principais fontes de contaminação
A brucelose é transmitida pelo contacto com animais doentes (pele, sangue, urina, fetos abortados, placenta) e pela ingestão de leite cru e seus derivados provenientes de animais contaminados. Raramente a doença se transmite de pessoa para pessoa. Curiosamente, as espécies de Brucella são as bactérias que mais frequentemente causam infecções adquiridas em laboratórios.
Alimentos mais frequentemente associados a infecções por Brucella
A brucelose tem sido associada ao consumo de carne de animais infectados mal cozinhada. O leite cru e a manteiga e o queijo produzidos a partir de leite cru são os principais veículos da infecção, quando transmitida pelo consumo de alimentos.
Principais sintomas de infecção por Brucella
O aparecimento dos sintomas surge entre cinco dias e vários meses (geralmente duas semanas) após a infecção. Na fase inicial da doença, os sintomas são inespecíficos e muito variáveis, incluindo o aparecimento súbito de arrepios e febre, fortes dores de cabeça, dores generalizadas, sensação de mal-estar e, em certos casos, diarreia. À medida que a doença progride, surgem febres ondulatórias (40ºC a 40,5ºC durante a noite e abaixamento gradual, até chegar a valores normais de manhã - momento esse em que se verifica uma grande sudação) frequentemente acompanhadas por uma obstipação intensa, perda de apetite, perda de peso, dores abdominais, articulares, de cabeça e de costas, fraqueza, irritabilidade, insónia, depressão e instabilidade emocional.
Em geral, este período de febre ondulatória tem a duração de uma a cinco semanas e continua por um período de dois a catorze dias, durante os quais os sintomas diminuem consideravelmente ou então desaparecem. Em seguida, regressa a febre. Este padrão pode ser observado uma só vez; no entanto algumas pessoas desenvolvem uma brucelose crónica e apresentam repetidos episódios de febre e remissão ao longo de meses ou anos.
A antibioterapia é necessária no tratamento da infecção, normalmente com a administração de uma mistura de tetraciclina e estreptomicina. A evolução da brucelose é favorável na maioria das situações, sendo o período de convalescença de duas a três semanas.
Prevenção da contaminação
A prevenção da contaminação implica não consumir os alimentos de risco e evitar o contacto com animais infectados.
O controlo e a erradicação da brucelose têm sido colocados na lista de prioridades dos programas de financiamento da OMS e da UE.
Medidas de controlo:
• Abate dos animais seropositivos
• Vacinação dos animais jovens (profilaxia médica)
• Aplicação de medidas de profilaxia sanitária (por exemplo, desinfecção de estábulos e estrumes, isolamento dos animais na altura do parto e destruição de placentas).
Em Portugal existe um programa para a erradicação da doença, embora ainda se possa considerar relativamente elevado o número de casos declarados anualmente.
Principais espécies de Brucella
São conhecidas seis espécies pertencentes ao género Brucella. No entanto, são quatro as espécies patogénicas para o Homem. Cada uma destas é associada com um animal hospedeiro; B. abortus ao gado bovino, B. melitensis ao gado ovino e caprino, B. suis aos suínos e B. canis aos caninos. A maioria dos casos de brucelose está associada com B. melitensis.
Características morfológicas e fisiológicas
Brucella é uma bactéria Gram-negativa que pertence à família Brucellaceae. As células têm a forma de bastonetes curtos e ovais (bacilos/cocobacilos) imóveis, aparecendo normalmente isoladas ou, com menor frequência, aos pares ou em cadeias curtas.
As condições que permitem o seu crescimento e sobrevivência são as seguintes:
# Temperatura
Brucella consegue crescer em ambientes com temperaturas entre 20 e 40?C e tem uma temperatura óptima de crescimento (temperatura à qual a taxa específica de crescimento é máxima) de 37?C. É destruída a 63ºC durante 7-10 min.
# pH
Brucella spp. consegue crescer em ambientes com valores de pH entre 5,8 e 8,7 e apresenta uma taxa específica de crescimento máxima em ambientes com valores de pH entre 6,6 e 7,4, a 37ºC. Alguns autores apresentam valores ligeiramente diferentes o que poderá ser atribuído aos diferentes meios e acidulantes utilizados experimentalmente.
Em produtos lácteos, a gordura protege as células de brucela do efeito do pH, pelo que o seu crescimento pode ocorrer a valores ligeiramente inferiores aos mencionados anteriormente.
# Actividade de água (aw)
B. suis e B. melitensis não crescem em meios sintéticos com concentrações de cloreto de sódio superiores a 3 e 4%, respectivamente. Concentrações superiores a 4% de cloreto de sódio são letais.
A sobrevivência de Brucella foi observada durante 45 dias numa salmoura (27% NaCl), utilizada na produção de leite de cabra (ICMSF, 1996).
# Relação com o oxigénio
As espécies de Brucella têm metabolismo aeróbio estrito.
Principais fontes de contaminação
A brucelose é transmitida pelo contacto com animais doentes (pele, sangue, urina, fetos abortados, placenta) e pela ingestão de leite cru e seus derivados provenientes de animais contaminados. Raramente a doença se transmite de pessoa para pessoa. Curiosamente, as espécies de Brucella são as bactérias que mais frequentemente causam infecções adquiridas em laboratórios.
Alimentos mais frequentemente associados a infecções por Brucella
A brucelose tem sido associada ao consumo de carne de animais infectados mal cozinhada. O leite cru e a manteiga e o queijo produzidos a partir de leite cru são os principais veículos da infecção, quando transmitida pelo consumo de alimentos.
Principais sintomas de infecção por Brucella
O aparecimento dos sintomas surge entre cinco dias e vários meses (geralmente duas semanas) após a infecção. Na fase inicial da doença, os sintomas são inespecíficos e muito variáveis, incluindo o aparecimento súbito de arrepios e febre, fortes dores de cabeça, dores generalizadas, sensação de mal-estar e, em certos casos, diarreia. À medida que a doença progride, surgem febres ondulatórias (40ºC a 40,5ºC durante a noite e abaixamento gradual, até chegar a valores normais de manhã - momento esse em que se verifica uma grande sudação) frequentemente acompanhadas por uma obstipação intensa, perda de apetite, perda de peso, dores abdominais, articulares, de cabeça e de costas, fraqueza, irritabilidade, insónia, depressão e instabilidade emocional.
Em geral, este período de febre ondulatória tem a duração de uma a cinco semanas e continua por um período de dois a catorze dias, durante os quais os sintomas diminuem consideravelmente ou então desaparecem. Em seguida, regressa a febre. Este padrão pode ser observado uma só vez; no entanto algumas pessoas desenvolvem uma brucelose crónica e apresentam repetidos episódios de febre e remissão ao longo de meses ou anos.
A antibioterapia é necessária no tratamento da infecção, normalmente com a administração de uma mistura de tetraciclina e estreptomicina. A evolução da brucelose é favorável na maioria das situações, sendo o período de convalescença de duas a três semanas.
Prevenção da contaminação
A prevenção da contaminação implica não consumir os alimentos de risco e evitar o contacto com animais infectados.
O controlo e a erradicação da brucelose têm sido colocados na lista de prioridades dos programas de financiamento da OMS e da UE.
Medidas de controlo:
• Abate dos animais seropositivos
• Vacinação dos animais jovens (profilaxia médica)
• Aplicação de medidas de profilaxia sanitária (por exemplo, desinfecção de estábulos e estrumes, isolamento dos animais na altura do parto e destruição de placentas).