Cerca de 250 mil pessoas de quatro províncias moçambicanas estão sem alimentos, de acordo com um estudo feito pelas Nações Unidas, que estima que existam mais outras 50 mil com fome, em agregados familiares do sul do país.
Francisca Cabral, do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN, Ministério da Agricultura), disse que os maiores problemas de falta de alimentos se registam nas províncias de Tete (norte), Gaza e Inhambane (no sul) e Sofala, no centro do país.
A responsável explica que os números do estudo (feito há alguns meses e agora conhecido) resultaram de uma missão conjunta feita pela Organização das Nações Unidas para e Agricultura e Alimentação (FAO) e pelo Programa Mundial para a Alimentação (PMA), também das Nações Unidas, na sequência “de preocupações do Ministério da Agricultura”.
Francisca Cabral sublinhou que os números não dizem respeito a pessoas que estão a morrer de fome, mas sim a pessoas “com carência alimentar”. “São pessoas que têm poucos alimentos, que recorrem a estratégias de sobrevivência, aos recursos florestais, consumindo alimentos que não consumiam normalmente”, explicou. Nalguns distritos moçambicanos, devido a problemas de seca ou de cheias, há pessoas a alimentar-se de bagas silvestres e raízes.
Uma projecção feita em Fevereiro passado pelo Grupo de Avaliação da Vulnerabilidade do SETSAN dava conta de que 460 mil pessoas iriam necessitar de assistência alimentar entre Abril deste ano e Março de 2011. Um aumento de 64 por cento em relação à avaliação que tinha sido feita em Outubro passado.
Terça-feira, a directora do PMA em Moçambique, Lola Castro, alertou para o risco de rotura de assistência alimentar a cerca de 500 mil pessoas, estimando entre 6,2 e 6,9 milhões de euros o montante necessário para a ajuda.
João Ribeiro, director geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), disse também que os 500 mil casos referidos pelo PMA englobam vários tipos de carência alimentar, acrescentando que são pouco mais de 100 mil os casos de carência alimentar grave.
A seca nas províncias do sul e as cheias no vale do Zambeze são as principais causas de situações de fome. O INGC, disse João Ribeiro, montou um sistema de rega que “estará operacional dentro de 15 a 20 dias” e irá “beneficiar muita gente” no vale do rio Zambeze.
No início do mês, o SETSAN começou um novo estudo para “aferir os números reais” e actuais de carência alimentar. Até à sua conclusão o PMA “não está a fazer nenhuma assistência”, disse à Lusa Bonifácio António, também do INGC.
Francisca Cabral adiantou que os resultados serão conhecidos dentro de poucos dias, explicando que a combinação dos fenómenos de cheias e seca motivaram a falta de produção de alimentos.
“Tivemos casos de três e quatro sementeiras, porque as chuvas caíram muito tarde”, afirmou.
Fonte Lusa 20-08-2010
A responsável explica que os números do estudo (feito há alguns meses e agora conhecido) resultaram de uma missão conjunta feita pela Organização das Nações Unidas para e Agricultura e Alimentação (FAO) e pelo Programa Mundial para a Alimentação (PMA), também das Nações Unidas, na sequência “de preocupações do Ministério da Agricultura”.
Francisca Cabral sublinhou que os números não dizem respeito a pessoas que estão a morrer de fome, mas sim a pessoas “com carência alimentar”. “São pessoas que têm poucos alimentos, que recorrem a estratégias de sobrevivência, aos recursos florestais, consumindo alimentos que não consumiam normalmente”, explicou. Nalguns distritos moçambicanos, devido a problemas de seca ou de cheias, há pessoas a alimentar-se de bagas silvestres e raízes.
Uma projecção feita em Fevereiro passado pelo Grupo de Avaliação da Vulnerabilidade do SETSAN dava conta de que 460 mil pessoas iriam necessitar de assistência alimentar entre Abril deste ano e Março de 2011. Um aumento de 64 por cento em relação à avaliação que tinha sido feita em Outubro passado.
Terça-feira, a directora do PMA em Moçambique, Lola Castro, alertou para o risco de rotura de assistência alimentar a cerca de 500 mil pessoas, estimando entre 6,2 e 6,9 milhões de euros o montante necessário para a ajuda.
João Ribeiro, director geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), disse também que os 500 mil casos referidos pelo PMA englobam vários tipos de carência alimentar, acrescentando que são pouco mais de 100 mil os casos de carência alimentar grave.
A seca nas províncias do sul e as cheias no vale do Zambeze são as principais causas de situações de fome. O INGC, disse João Ribeiro, montou um sistema de rega que “estará operacional dentro de 15 a 20 dias” e irá “beneficiar muita gente” no vale do rio Zambeze.
No início do mês, o SETSAN começou um novo estudo para “aferir os números reais” e actuais de carência alimentar. Até à sua conclusão o PMA “não está a fazer nenhuma assistência”, disse à Lusa Bonifácio António, também do INGC.
Francisca Cabral adiantou que os resultados serão conhecidos dentro de poucos dias, explicando que a combinação dos fenómenos de cheias e seca motivaram a falta de produção de alimentos.
“Tivemos casos de três e quatro sementeiras, porque as chuvas caíram muito tarde”, afirmou.
Fonte Lusa 20-08-2010
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