FAO preocupada com possibilidade de nova crise alimentar
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação convocou uma reunião de emergência para analisar a recente subida dos cereais e criar medidas para evitar uma nova crise alimentar.

Representantes de governos e especialistas em alimentação vão reunir-se em Roma no próximo dia 24 para analisar e debater estratégias para aliviar a crise no mercado global dos cereais e definir estratégias para as Nações Unidas combaterem o problema.

A subida de 5% no preço do trigo registada no mês passado, o maior aumento mensal do produto desde 2009, devida às restrições de exportação da Rússia, põe em risco a segurança alimentar mundial.

A subida dos cereais repercutiu-se a outros produtos, nomeadamente das oleaginosas e do açúcar e ajudou a agravar o quadro, segundo a FAO.

A Rússia, um dos maiores produtores mundiais de cereais, teve uma quebra na produção que levou a restrições à exportação.

FAO preocupada com possibilidade de nova crise alimentar Para um responsável da FAO, os recentes motins moçambicanos, devidos ao aumento de bens essenciais, eram previsíveis.

Numa entrevista publicada na terça-feira 7, no site da FAO, Olivier de Schutter, apela aos governos e à comunidade internacional para responderem com urgência à renovada instabilidade nos mercados globais de comida.

O relator especial das Nações Unidas sobre o Direito à Alimentação afirma que a insatisfação manifestada pelos moçambicanos também é previsível vir a manifestar-se noutros países.

Para Shutter a comunidade internacional sabe porque é que o sistema alimentar está a falhar e quais são as medidas que devem ser tomadas. A falta de vontade política tem adiado a concretização de acções decisivas, diz o relator da ONU.

O responsável apelou para os responsáveis que se vão reunir de emergência no próximo dia 24 em Roma, prepararem medidas contra a especulação e sobre as reservas alimentares.

Contrariamente à crise alimentar de 2008, por os países terem sido surpreendidos, hoje o mundo sabe o que deve ser feito para satisfazer o direito à comida, assegura.

Fonte O País 13-09-2010

 

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