Grupos de defesa dos consumidores querem que o rótulo do peixe avise que ele é geneticamente modificado, mas a indústria se recusa. FDA deve dar a palavra final.
Então, como se chama um salmão que foi geneticamente modificado para crescer mais depressa? Caso seja vendido em supermercados, alguns consumidores e grupos ambientais querem que ele seja rotulado como tal – para que o salmão transgénico não seja confundido com peixes normais. Mas a Food and Drug Administration (FDA, o órgão americano que regula alimentos e remédios) afirma que talvez não exista um rótulo específico em virtude de seus regulamentos.
A questão da etiqueta foi o foco de uma audiência que durou um dia inteiro na terça-feira, na qual a FDA considerou a possibilidade de aprovar a venda de salmões transgénicos que crescem para chegar ao tamanho de mercado na metade do tempo de um salmão normal.
Um salmão geneticamente modificado, em cima, e um outro natural da mesma idade
Caso seja aprovado, o salmão seria o primeiro animal transgénico a entrar na cadeia alimentar americana. A FDA não tomou nenhuma decisão sobre rotulagem, mas as autoridades deixaram claro que a agência não tem competência para alterar a etiqueta de um alimento só porque ele foi geneticamente modificado. A comida em si precisaria ser diferente – em seu sabor, nutrição ou segurança, por exemplo. Pela mesma razão, não há rótulos sobre engenharia genética em muitos alimentos vendidos agora que são geneticamente modificados, como milho e soja.
Grupos de consumidores contrários à aprovação do salmão transgénico contestam a interpretação da FDA sobre os regulamentos. Os grupos também dizem que, num tempo no qual as pessoas prestam mais atenção às fontes de sua alimentação, têm o direito de saber quando um produto foi geneticamente modificado.
"Grupos de consumidores dizem que as pessoas têm o direito de saber quando um produto foi geneticamente modificado. A AquaBounty Technologies, que desenvolveu o salmão, acha que um "geneticamente modificado" no embalagem seria o mesmo que estampar uma caveira."
"O mínimo que se pode fazer ao colocar esses produtos no mercado é deixar o consumidor decidir por si mesmo, e você precisa de uma etiqueta para fazer isso", disse Patrícia Lovera, da Food and Water Watch, um grupo de defesa do consumidor. "As tendências na indústria de alimentos mostram que os consumidores querem mais informações, não menos."
A AquaBounty Technologies, a empresa de Boston que desenvolveu o salmão, sugeriu que um "geneticamente modificado" no embalagem seria parecido com uma caveira e ossos cruzados, destruindo as vendas. Elliot Entis, um dos fundadores da AquaBounty, disse que os críticos estavam tentando "deslegitimar o produto por meio da embalagem".
Alguns representantes da indústria de alimentos e biotecnologia apoiam a política da FDA sobre rotulagem. "A embalagem do alimento não é um playground para cada bit de informação que interesse a alguém", disse David Schmidt, presidente da International Food Information Council, um grupo da indústria.
Se não houvesse a exigência para rotular os peixes, a AquaBounty ou outras empresas poderiam fazer isso voluntariamente. É mais provável, no entanto, que as empresas queiram estampar em suas embalagens que seu produtos não são transgénicos.
Mas o FDA disse que embalagens assim poderiam ser vetadas. A rotulagem não deve ser falsa ou enganosa, por exemplo, o que implica que não se pode afirmar que os peixes não transgénicos são superiores de alguma maneira aos transgénicos. A agência impediu embalagens de alguns produtores de leite afirmando que os produtos não eram provenientes de vacas que receberam hormona de crescimento bovino, a menos que incluíssem uma declaração de que o FDA concluiu que não há diferença entre o leite de vacas tratadas ou não com hormonas.
O calendário para a aprovação do salmão transgénico não é clara. Em reunião na segunda-feira, conselheiros do FDA criticaram alguns estudos que a agência utilizou para concluir que o salmão era seguro para as pessoas e para o ambiente, embora não dissessem que o peixe era perigoso. Se o FDA exigir novos estudos da AquaBounty, qualquer aprovação poderá ser adiada por meses.
Fonte Veja 22-09-2010
A questão da etiqueta foi o foco de uma audiência que durou um dia inteiro na terça-feira, na qual a FDA considerou a possibilidade de aprovar a venda de salmões transgénicos que crescem para chegar ao tamanho de mercado na metade do tempo de um salmão normal.
Caso seja aprovado, o salmão seria o primeiro animal transgénico a entrar na cadeia alimentar americana. A FDA não tomou nenhuma decisão sobre rotulagem, mas as autoridades deixaram claro que a agência não tem competência para alterar a etiqueta de um alimento só porque ele foi geneticamente modificado. A comida em si precisaria ser diferente – em seu sabor, nutrição ou segurança, por exemplo. Pela mesma razão, não há rótulos sobre engenharia genética em muitos alimentos vendidos agora que são geneticamente modificados, como milho e soja.
Grupos de consumidores contrários à aprovação do salmão transgénico contestam a interpretação da FDA sobre os regulamentos. Os grupos também dizem que, num tempo no qual as pessoas prestam mais atenção às fontes de sua alimentação, têm o direito de saber quando um produto foi geneticamente modificado.
"Grupos de consumidores dizem que as pessoas têm o direito de saber quando um produto foi geneticamente modificado. A AquaBounty Technologies, que desenvolveu o salmão, acha que um "geneticamente modificado" no embalagem seria o mesmo que estampar uma caveira."
"O mínimo que se pode fazer ao colocar esses produtos no mercado é deixar o consumidor decidir por si mesmo, e você precisa de uma etiqueta para fazer isso", disse Patrícia Lovera, da Food and Water Watch, um grupo de defesa do consumidor. "As tendências na indústria de alimentos mostram que os consumidores querem mais informações, não menos."
A AquaBounty Technologies, a empresa de Boston que desenvolveu o salmão, sugeriu que um "geneticamente modificado" no embalagem seria parecido com uma caveira e ossos cruzados, destruindo as vendas. Elliot Entis, um dos fundadores da AquaBounty, disse que os críticos estavam tentando "deslegitimar o produto por meio da embalagem".
Alguns representantes da indústria de alimentos e biotecnologia apoiam a política da FDA sobre rotulagem. "A embalagem do alimento não é um playground para cada bit de informação que interesse a alguém", disse David Schmidt, presidente da International Food Information Council, um grupo da indústria.
Se não houvesse a exigência para rotular os peixes, a AquaBounty ou outras empresas poderiam fazer isso voluntariamente. É mais provável, no entanto, que as empresas queiram estampar em suas embalagens que seu produtos não são transgénicos.
Mas o FDA disse que embalagens assim poderiam ser vetadas. A rotulagem não deve ser falsa ou enganosa, por exemplo, o que implica que não se pode afirmar que os peixes não transgénicos são superiores de alguma maneira aos transgénicos. A agência impediu embalagens de alguns produtores de leite afirmando que os produtos não eram provenientes de vacas que receberam hormona de crescimento bovino, a menos que incluíssem uma declaração de que o FDA concluiu que não há diferença entre o leite de vacas tratadas ou não com hormonas.
O calendário para a aprovação do salmão transgénico não é clara. Em reunião na segunda-feira, conselheiros do FDA criticaram alguns estudos que a agência utilizou para concluir que o salmão era seguro para as pessoas e para o ambiente, embora não dissessem que o peixe era perigoso. Se o FDA exigir novos estudos da AquaBounty, qualquer aprovação poderá ser adiada por meses.
Fonte Veja 22-09-2010
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