Inserida no certame “Festa das Adiafas e Festival Nacional do Vinho Leve”, decorreu no passado dia 17 a conferência «Produtos regionais, produção biológica e gastronomia tradicional», onde ficou patente a necessidade de defender e privilegiar os alimentos tradicionais e biológicos, em prol da saúde, da economia e da tradição alimentar.
Esta conferência-debate, promovida em parceria com o Município do Cadaval, inseriu-se no ciclo de cinema, organizado pelo MPI - Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente, que, por sua vez, está também integrado no Iº Fórum do Oeste pela Educação e Desenvolvimento Sustentável.
A conferência, cuja moderação coube a Alexandra Azevedo (MPI), iniciou-se com a projecção de um pequeno documentário intitulado “TranXgénia: a história do verme e o milho”.
Fernando Serrador, da Certiplanet, apresentou na sua intervenção alguns dados sobre a produção em modo biológico - o modo de produção que mais tem crescido a nível mundial, representando já 5% da Superfície Agrícola Útil na Europa -, bem como as normas éticas das empresas certificadoras.
De seguida coube a Daniela Geraldes apresentar o «Projecto 270». Trata-se de um projecto de dinamização de uma horta biológica certificada em plena área de paisagem protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica, com o objectivo de facilitar o escoamento da produção da horta e promover hábitos de vida sustentáveis. Com base nesse projecto têm sido realizadas inúmeras actividades, tais como jantares, fins-de-semana para famílias, com oficinas práticas (fabrico de pão, fabrico de sabão), tertúlias e debates.
Por seu turno, Vítor Lamberto, representante do Movimento “Slow Food”, expôs os objectivos do movimento e o respectivo trabalho na defesa dos produtos tradicionais e seus processos de fabrico artesanais. Como explicou, muitos destes produtos passaram para a ilegalidade devido a normas europeias desajustadas e, por isso, estão na mira da ASAE. Uma estratégia para contornar a situação é a promoção destes produtos em eventos gastronómicos no estrangeiro, para que depois de alcançarem notoriedade, possam vir a ser de novo aceites.
De entre outras ideias partilhadas na conferência, o referido orador preconiza que a agricultura tem de ser o motor da economia de Portugal. Para além disso, as autarquias locais têm um papel determinante na promoção dos produtos e gastronomia regionais. Explicou ainda que o Movimento “Slow Food” defende o alimento bom (saboroso, nutritivo, fresco, da época), limpo (sem resíduos, sem transgénicos) e justo (a preço justo para o produtor).
Finalmente, José Manuel Costa e Oliveira, secretário-geral da FENADEGAS, realçou a importância do vinho na gastronomia e na saúde, apresentando o trabalho desenvolvido na promoção de um consumo regrado de vinho e na sensibilização dos mais jovens para os perigos do consumo irresponsável de bebidas alcoólicas.
Seguiu-se um participado debate em que a importância dos consumidores e dos mercados de proximidade (produtor-consumidor) foram considerados peças-chave para melhorar a produção e a variedade de alimentos, tendo também os agricultores de estar atentos para responder à procura do mercado, concretamente de produtos biológicos.
Defendida também durante o debate, foi a ideia de que a melhor forma dos consumidores evitarem o consumo de transgénicos será privilegiar os alimentos biológicos (em especial os de origem animal, uma vez que o principal mercado dos transgénicos são as rações para animais) e rejeitar os alimentos processados industrialmente, uma vez que a rotulagem que obriga à informação dos ingredientes transgénicos deixa de fora os aditivos, sendo que na sua maioria são provenientes do milho ou da soja - as principais culturas transgénicas.
02-11-2010
A conferência, cuja moderação coube a Alexandra Azevedo (MPI), iniciou-se com a projecção de um pequeno documentário intitulado “TranXgénia: a história do verme e o milho”.
Fernando Serrador, da Certiplanet, apresentou na sua intervenção alguns dados sobre a produção em modo biológico - o modo de produção que mais tem crescido a nível mundial, representando já 5% da Superfície Agrícola Útil na Europa -, bem como as normas éticas das empresas certificadoras.
De seguida coube a Daniela Geraldes apresentar o «Projecto 270». Trata-se de um projecto de dinamização de uma horta biológica certificada em plena área de paisagem protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica, com o objectivo de facilitar o escoamento da produção da horta e promover hábitos de vida sustentáveis. Com base nesse projecto têm sido realizadas inúmeras actividades, tais como jantares, fins-de-semana para famílias, com oficinas práticas (fabrico de pão, fabrico de sabão), tertúlias e debates.
Por seu turno, Vítor Lamberto, representante do Movimento “Slow Food”, expôs os objectivos do movimento e o respectivo trabalho na defesa dos produtos tradicionais e seus processos de fabrico artesanais. Como explicou, muitos destes produtos passaram para a ilegalidade devido a normas europeias desajustadas e, por isso, estão na mira da ASAE. Uma estratégia para contornar a situação é a promoção destes produtos em eventos gastronómicos no estrangeiro, para que depois de alcançarem notoriedade, possam vir a ser de novo aceites.
De entre outras ideias partilhadas na conferência, o referido orador preconiza que a agricultura tem de ser o motor da economia de Portugal. Para além disso, as autarquias locais têm um papel determinante na promoção dos produtos e gastronomia regionais. Explicou ainda que o Movimento “Slow Food” defende o alimento bom (saboroso, nutritivo, fresco, da época), limpo (sem resíduos, sem transgénicos) e justo (a preço justo para o produtor).
Finalmente, José Manuel Costa e Oliveira, secretário-geral da FENADEGAS, realçou a importância do vinho na gastronomia e na saúde, apresentando o trabalho desenvolvido na promoção de um consumo regrado de vinho e na sensibilização dos mais jovens para os perigos do consumo irresponsável de bebidas alcoólicas.
Seguiu-se um participado debate em que a importância dos consumidores e dos mercados de proximidade (produtor-consumidor) foram considerados peças-chave para melhorar a produção e a variedade de alimentos, tendo também os agricultores de estar atentos para responder à procura do mercado, concretamente de produtos biológicos.
Defendida também durante o debate, foi a ideia de que a melhor forma dos consumidores evitarem o consumo de transgénicos será privilegiar os alimentos biológicos (em especial os de origem animal, uma vez que o principal mercado dos transgénicos são as rações para animais) e rejeitar os alimentos processados industrialmente, uma vez que a rotulagem que obriga à informação dos ingredientes transgénicos deixa de fora os aditivos, sendo que na sua maioria são provenientes do milho ou da soja - as principais culturas transgénicas.
02-11-2010
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