
Aumento da pobreza, instabilidade política e social, escassez de alimentos: as consequências da escalada de preços das matérias-primas preocupam o mundo e puseram o tema da segurança alimentar na ordem do dia.
Em meados de Fevereiro, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, reforçou as preocupações que se arrastam há vários meses, afirmando que os preços dos alimentos estão a atingir um nível de alerta e apelou aos dirigentes das vinte principais economias mundiais (G20) para darem prioridade à alimentação em 2011.
Antes, o ministro da Agricultura francês, Bruno Le Maire, já tinha avisado que os tumultos originados pelos preços dos alimentos serão inevitáveis se as nações industrializadas não encontrarem soluções para a subida dos preços.
Mas os apelos têm tido poucos resultados práticos, a avaliar pela declaração final do encontro do G20, que teve lugar entre 18 e 19 de Fevereiro.
Os dirigentes discutiram o impacto da subida dos preços, mas limitaram-se a pedir relatórios sobre as causas e desafios que esta volatilidade coloca aos consumidores e produtores e a reiterar “a necessidade de um investimento a longo prazo no sector agrícola nos países em desenvolvimento”.
Preços não param de subir
Em Fevereiro, pelo oitavo mês consecutivo, os alimentos voltaram a subir de preço, segundo o índice mensal publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
A FAO revelou, na quinta-feira, que o índice atingiu os 236 pontos em Fevereiro, mais 2,2 por cento do que em Janeiro, o valor mais elevado em termos reais e nominais dos últimos 20 anos, altura em que a esta organização começou a monitorizar os preços.
Os responsáveis do Programa Alimentar Mundial, a agência das Nações Unidas que fornece alimentos a cerca de 100 milhões dos mais pobres habitantes do mundo, alertaram para uma potencial “tempestade perfeita” que resulta da combinação de custos galopantes, tragédias climáticas e instabilidade política.
Países fortemente dependentes de importações alimentares, como os Emirados Árabes Unidos, anunciaram já a criação de uma reserva estratégica de alimentos, água e medicamentos para fazer face a situações de emergência.
A Coreia do Sul, o terceiro maior importador mundial de milho, também pretende criar uma reserva de cereais, juntando-se a outras nações asiáticas que estão preocupadas com os preços elevados dos alimentos e a possibilidade de agitação social.
AICEP e Bloco alertaram em Portugal
Por cá, a ideia não desperta entusiasmo, apesar do presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Basílio Horta, e o Bloco de Esquerda, terem lançado o repto ao Governo.
O ministro da Agricultura, António Serrano, entende que Portugal não tem condições para criar uma reserva alimentar e defende que o combate ao aumento do preço dos alimentos passa por uma maior capacidade de produção dos países.
Além disso, para António Serrano esta é uma questão que deve ser coordenada a nível internacional.
“Não é viável que um país qualquer possa ter uma política própria fechada sobre esse tema”, salientou.
Fonte Público 04-03-2011
Antes, o ministro da Agricultura francês, Bruno Le Maire, já tinha avisado que os tumultos originados pelos preços dos alimentos serão inevitáveis se as nações industrializadas não encontrarem soluções para a subida dos preços.
Mas os apelos têm tido poucos resultados práticos, a avaliar pela declaração final do encontro do G20, que teve lugar entre 18 e 19 de Fevereiro.
Os dirigentes discutiram o impacto da subida dos preços, mas limitaram-se a pedir relatórios sobre as causas e desafios que esta volatilidade coloca aos consumidores e produtores e a reiterar “a necessidade de um investimento a longo prazo no sector agrícola nos países em desenvolvimento”.
Preços não param de subir
Em Fevereiro, pelo oitavo mês consecutivo, os alimentos voltaram a subir de preço, segundo o índice mensal publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
A FAO revelou, na quinta-feira, que o índice atingiu os 236 pontos em Fevereiro, mais 2,2 por cento do que em Janeiro, o valor mais elevado em termos reais e nominais dos últimos 20 anos, altura em que a esta organização começou a monitorizar os preços.
Os responsáveis do Programa Alimentar Mundial, a agência das Nações Unidas que fornece alimentos a cerca de 100 milhões dos mais pobres habitantes do mundo, alertaram para uma potencial “tempestade perfeita” que resulta da combinação de custos galopantes, tragédias climáticas e instabilidade política.
Países fortemente dependentes de importações alimentares, como os Emirados Árabes Unidos, anunciaram já a criação de uma reserva estratégica de alimentos, água e medicamentos para fazer face a situações de emergência.
A Coreia do Sul, o terceiro maior importador mundial de milho, também pretende criar uma reserva de cereais, juntando-se a outras nações asiáticas que estão preocupadas com os preços elevados dos alimentos e a possibilidade de agitação social.
AICEP e Bloco alertaram em Portugal
Por cá, a ideia não desperta entusiasmo, apesar do presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Basílio Horta, e o Bloco de Esquerda, terem lançado o repto ao Governo.
O ministro da Agricultura, António Serrano, entende que Portugal não tem condições para criar uma reserva alimentar e defende que o combate ao aumento do preço dos alimentos passa por uma maior capacidade de produção dos países.
Além disso, para António Serrano esta é uma questão que deve ser coordenada a nível internacional.
“Não é viável que um país qualquer possa ter uma política própria fechada sobre esse tema”, salientou.
Fonte Público 04-03-2011
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