Alemanha diz que surto infeccioso que matou três pessoas teve origem em pepinos espanhóis
A bactéria que esta semana causou a morte de três pessoas na Alemanha teve origem em pepinos importados de Espanha, segundo investigações do Instituto de Higiene de Hamburgo que estão a ser contestadas em Madrid. Portugal não terá sido um dos países de destino desses pepinos.

O surto infeccioso que causou a morte de três pessoas foi provocado por uma variante perigosa da bactéria Escherichia coli. As autoridades alemãs garantem que a infecção foi originada por pepinos importados de Espanha que terão sido comercializados no mercado central de Hamburgo.

A responsável local pela área da saúde, Cornelia Prüfer-Storcks, do partido social-democrata alemão (SPD), garantiu ao “El País” que foram encontrados vestígios de contaminação em três pepinos importados de Espanha, mas adiantou que “outros produtos poderão estar também infectados” e que deverão ser realizados novos estudos. A bactéria terá infectado cerca de 600 pessoas na Alemanha nos últimos dez dias, adiantou o diário espanhol, e em 140 pessoas causou síndrome hemolítica urémica, uma doença potencialmente perigosa que provoca diarreias com sangue.

O Governo espanhol não confirmou oficialmente a origem do surto infeccioso que causou a morte de três mulheres alemãs de 24, 83 e 89 anos, adiantou ao “El País” o presidente da Agência Espanhola de Segurança Alimentar e Nutrição, Roberto Sabrido.

O Instituto Robert Kock, de Berlim, já recomendou que se evite temporariamente o consumo de verduras, sobretudo no Norte da Alemanha, mas a Federação Espanhola de Produtores Exportadores de Frutas e Hortaliças sublinhou, citado pela agência EFE, que “não existe nenhuma confirmação oficial” de que a origem da infecção esteja nos pepinos exportados por Espanha.

Na quarta-feira, o ministro da Agricultura alemão tinha adiantado que tomates e pepinos poderiam estar na origem da propagação no país da infecção com a Escherichia coli. O foco infeccioso foi detectado após a realização de análises a quatro pepinos escolhidos aleatoriamente entre os legumes à venda no mercado central de Hamburgo, dos quais três eram espanhóis, um deles de agricultura biológica. As autoridades desconhecem a origem de cultivo do quarto pepino.

A Alemanha importou este ano um terço da produção de pepinos em Espanha, adiantou o “El Mundo”, o que significa cerca de 143 mil toneladas. É o segundo importador de produtos hortofrutícolas espanhóis, por isso esta crise poderá vir a prejudicar os produtores espanhóis. A União de Pequenos Agricultores espanhola já considerou “inaceitáveis, precipitadas e infundadas” as declarações das autoridades alemãs, que representam “um golpe para milhares de famílias cujo trabalho cumpre de forma rigorosa todos os controlos sanitários e de qualidade”, adiantou o “El Mundo”. Ao todo, as vendas de produtos hortofrutícolas da Espanha para a Alemanha foram de 8636 milhões de euros em 2010.

O porta-voz da Comissão Europeia para a Saúde e o Consumo, Fréderic Vincent, lembrou que a bactéria Escherichia coli afectou, no ano passado, 3.500 pessoas em quatro Estados-membros, incluindo a Alemanha, e que o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças “está a seguir de perto a situação”. A Comissão Europeia avisou que accionará o sistema de alerta rápido da União Europeia de alimentos se se confirmar, efectivamente, que a origem das infecções está em pepinos provenientes de Espanha.

Portugal não estará em risco

Portugal não foi indicado pelas autoridades europeias e alemãs como sendo país de destino dos pepinos espanhóis que poderão estar na origem do surto infeccioso, informou hoje o Ministério da Agricultura.

Num esclarecimento à agência Lusa, o Ministério de António Serrano referiu que “Portugal não foi informado pelas autoridades alemãs ou pela Comissão Europeia como sendo um país de destino desses produtos”. A nota adianta que “todos os organismos responsáveis pela segurança alimentar estão atentos à situação e vigilantes”.

Fonte Público 26-05-2011
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