Compra do Carrefour objetiva travar avanço do Walmart
O movimento estratégico do grupo Pão de Açúcar de se aproximar do Carrefour se deve à preocupação do empresário Abílio Diniz de evitar que a rede francesa caia nas mãos da americana Walmart, a maior rede de supermercados do mundo, segundo indicou uma reportagem publicada na noite de sábado no site do jornal "The Wall Street Journal".

A fragilidade do Carrefour nos últimos tempos tem tornado o Walmart como uma grande ameaça à liderança do Pão de Açúcar no mercado brasileiro, tirando da rede francesa a tradicional rivalidade com o grupo controlado pela família Diniz.

De acordo com o “WSJ”, os ativos do Carrefour no Brasil são avaliados entre R$ 11,5 biliões e R$ 16,5 biliões (de 5 biliões a 7 biliões de euros). A rede francesa fechou o ano de 2010 com 654 lojas, segundo ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Uma eventual compra do Carrefour pelo Walmart colocaria o grupo americano ligeiramente na frente do Pão de Açúcar no mercado brasileiro. Segundo o ranking da Abras, o Carrefour faturou R$ 29 biliões em 2010. Combinado com o Walmart, o faturamento de ambos superaria os R$ 51 biliões.

Embora tenha consolidado os resultados das Casas Bahias apenas nos últimos meses do ano, o Pão de Açúcar faturou R$ 36,1 biliões em 2010. A estimativa é chegar a R$ 50 biliões neste ano.

Na última semana, a imprensa francesa deu a notícia de que o Carrefour teria contratado um banco internacional para fundir suas operações brasileiras com o Pão de Açúcar. No entanto, uma eventual fusão teria de superar o acordo que o Pão de Açúcar mantém com o varejista Casino, da França, que divide com a família Diniz o controle do grupo de varejo brasileiro.

O jornal “WSJ” diz que a Estáter Gestão e Finanças, a empresa financeira de Pércio Souza, um conhecido banqueiro brasileiro que fechou o acordo para a família Diniz o acordo com o Casino, está conversando com outras cadeias internacionais de varejo para fortalecer a posição do grupo.

O Pão de Açúcar negou nesta semana qualquer negociação com o Carrefour. No entanto, o jornal americano salientou que o próprio Abílio Diniz, de 74 anos, está conversando de forma independente.

Os reis do varejo brasileiro

Fonte IG 29-05-2011

 

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