Situação de insegurança alimentar agravou-se nos últimos dois anos
Maputo / Moçambique - O número de moçambicanos em situação de insegurança alimentar aumentou 80 porcento, para 350 mil, desde 2009, mas, brevemente, a cifra poderá subir porque as reservas alimentares só são suficientes para o mês de Agosto de 2011, anuncia hoje (quarta-feira) o Governo.

Os dados foram avançados pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Henrique Banze, que referiu que, à excepção das províncias de Maputo e Zambézia, nas regiões centro e sul do país as reservas alimentares estão a esgotar-se.

O governo moçambicano estima que, actualmente, 350 mil pessoas estão em situação de insegurança alimentar, contra as 280.300 em 2009.

"Esta situação deve-se a factores como inundações e seca que influenciam a produção. As pessoas produziram e não conseguiram colher produtos suficientes devido à seca que afectou as províncias do centro e sul do país", lamentou.

o vice-ministro disse ainda que o seu país teve também cheias que afectaram os distritos ao longo das bacias hidrográficas e algumas culturas foram perdidas.

Contudo, as províncias do norte do país, bem como de Maputo e Zambézia têm reservas alimentares consideradas suficientes para responder às necessidades da população até à próxima sementeira que decorrerá em Dezembro.

Para reduzir os números que demonstram uma tendência crescente de fome no país, o executivo moçambicano está a apostar na disseminação do uso de tecnologias de conservação e processamentos de alimentos, visando reduzir as perdas das colheitas, adiantou o governante.

As autoridades governamentais garantem estar a monitorar o cenário para apoiar as populações em situação difícil, disponibilizando fertilizantes para a próxima época agrícola.

Segundo a análise do governo sobre a situação da segurança alimentar e nutricional, o país continua a registar casos de crianças que nascem com baixo peso devido à fraca disponibilidade de alimentos nalguns regiões e utilização inadequada dos produtos disponíveis.

Para Henrique Banze, os dados governamentais apontam para um aumento do consumo de produtos básicos, designadamente cereais, leguminosas e mandioca.

Fonte angolapress 03-08-2011

 

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