Portugueses desconhecem fabricante de queijos com listeria
A Associação Nacional dos Industriais de Laticínios (ANIL) desconhece os queijos feitos em Portugal nos quais as autoridades espanholas detetaram a bactéria «Listeria Monocytogenes», que pode provocar listeriose, mas garantem que se trata de uma situação pontual.

A Agência Espanhola de Segurança Alimentar e Nutrição (AESAN) alertou na segunda-feira para a presença desta bactéria em queijos frescos provenientes de Portugal.

«Desconhecíamos os produtos e que fossem fabricados em Portugal. Já pedimos à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica [ASAE] informação sobre quem é o fabricante», declarou à agência Lusa Pedro Pimentel, presidente da ANIL.

Segundo o responsável, deverá tratar-se de uma empresa de pequenas dimensões ou até de produtos feitos em Portugal mas por uma empresa espanhola: «Do que sabemos, não nos parecem queijos direcionados ao mercado português.»

Pedro Pimentel salienta que não se trata de um problema genérico do queijo fresco, nem do queijo português, mas antes um pequeno surto, «uma situação pontual, localizada e identificada». «A bactéria em causa não está associada à matéria-prima nem ao material de embalagem, mas pode estar existir uma contaminação num ponto da instalação fabril», explicou.

Segundo as autoridades espanholas, os produtos afetados são o queijo fresco «El sabor de la casa» (lotes 12267 e 12291), «Queso costeño nativo» (lotes 12245 e 12287) e «Queso fresco latino Estilo tradicional» (lote 12296).

O produto, que já foi retirado do mercado, foi fabricado em Portugal e distribuído na sua maior parte a estabelecimentos de especialidades lácteas em várias comunidades autónomas espanholas, bem como em Itália em Portugal, segundo noticiou a agência EFE.

A bactéria em causa pode provocar listeriose, que se transmite precisamente pela ingestão de alimentos contaminados, sobretudo leite não pasteurizados, vegetais crus mal lavados ou alimentos processados (como charcutaria).

Segundo a Direção-Geral da Saúde, a doença tem um período médio de incubação de três semanas. Tal como a maioria das infeções de origem alimentar, tem um curso clínico benigno, caracterizado por síndroma febril agudo, por vezes acompanhado de diarreia.

A doença com evolução grave é mais frequente em grávidas, recém-nascidos ou adultos com o sistema imunitária debilitado.

Fonte IOL 18-09-2012

 

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