Inspectores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) selaram no dia 10 de Outubro oito paletes de embalagens de vinho “bag in box” da Adega Cooperativa de Alcanhões, que estavam prontos para seguir para o Luxemburgo, por nas caixas de cinco litros estar expressa a palavra Santarém. Segundo as normas em vigor, os vinhos de mesa não podem ter referência a sub-regiões vinícolas (como é o caso de Santarém) devendo a descrição da origem do produtor limitar-se ao código postal, no caso o de Alcanhões, seguido do nome do país.
A intervenção da ASAE apanhou de surpresa a direcção da Adega de Alcanhões, que tem utilizado essas embalagens até à data sem ter tido problemas. Já perto do fim da tarde, a ASAE acabou por desbloquear as oito paletes de embalagens de vinho de marca Adiafa, após a cooperativa se ter comprometido a apagar a palavra Santarém das caixas. O que obrigou a Adega a retirar as caixas das paletes, passar tinta preta sobre a palavra proibida e voltar a acondicioná-las em paletes.
Joaquim Saramago, presidente da Adega Cooperativa de Alcanhões, era nesse dia um homem revoltado com a actuação da ASAE, considerando que essa entidade tem muito mais por onde pegar. “Nós limitámo-nos a pôr lá a nossa morada, porque somos de Alcanhões, de Santarém e de Portugal. Fico triste que venham implicar com a Adega Cooperativa de Alcanhões por causa do código postal, quando há tanta gente a transgredir”, disse.
“A lei não permite que as empresas divulguem a região de onde são oriundas”, dizia por seu lado Paulo Durão, funcionário da Adega, alertando para o preciosismo da legislação. “É vergonhoso que tenhamos de tirar o nome de Santarém quando estamos em Santarém”, reforçou Joaquim Saramago, enquanto outro colega defendia que a ASAE devia ter uma acção mais pedagógica em vez de “entrar a matar”.
Os inspectores levantaram um auto de notícia que possivelmente dará origem a uma contra-ordenação por parte do Instituto da Vinha e do Vinho, entidade que tutela o sector. Mas a direcção da cooperativa já disse que vai contestar.
O assunto foi abordado também na reunião de sexta-feira do executivo da Câmara de Santarém pelo vereador Ludgero Mendes (PS), que manifestou o seu “protesto e repulsa” pela intervenção da ASAE. “Não está escrito em sítio nenhum que o vinho é da região vitivinícola de Santarém, o que lá está escrito é o endereço postal da própria adega”, afirmou o autarca, lamentando que desta vez os inspectores tenham conseguido arranjar uma viatura para se deslocarem ao terreno, já que os serviços terão escassez de veículos.
O presidente da Câmara de Santarém também não passou ao lado da polémica. “Aquilo é chatear uma entidade que tem investido largos milhares de euros nas suas instalações, que tem aperfeiçoado a sua qualidade e que tem ganho muitas medalhas com os seus vinhos. A única coisa com que implicaram foi a palavra Santarém”, disse Ricardo Gonçalves.
Fonte O Mirante 17-10-2013
Joaquim Saramago, presidente da Adega Cooperativa de Alcanhões, era nesse dia um homem revoltado com a actuação da ASAE, considerando que essa entidade tem muito mais por onde pegar. “Nós limitámo-nos a pôr lá a nossa morada, porque somos de Alcanhões, de Santarém e de Portugal. Fico triste que venham implicar com a Adega Cooperativa de Alcanhões por causa do código postal, quando há tanta gente a transgredir”, disse.
“A lei não permite que as empresas divulguem a região de onde são oriundas”, dizia por seu lado Paulo Durão, funcionário da Adega, alertando para o preciosismo da legislação. “É vergonhoso que tenhamos de tirar o nome de Santarém quando estamos em Santarém”, reforçou Joaquim Saramago, enquanto outro colega defendia que a ASAE devia ter uma acção mais pedagógica em vez de “entrar a matar”.
Os inspectores levantaram um auto de notícia que possivelmente dará origem a uma contra-ordenação por parte do Instituto da Vinha e do Vinho, entidade que tutela o sector. Mas a direcção da cooperativa já disse que vai contestar.
O assunto foi abordado também na reunião de sexta-feira do executivo da Câmara de Santarém pelo vereador Ludgero Mendes (PS), que manifestou o seu “protesto e repulsa” pela intervenção da ASAE. “Não está escrito em sítio nenhum que o vinho é da região vitivinícola de Santarém, o que lá está escrito é o endereço postal da própria adega”, afirmou o autarca, lamentando que desta vez os inspectores tenham conseguido arranjar uma viatura para se deslocarem ao terreno, já que os serviços terão escassez de veículos.
O presidente da Câmara de Santarém também não passou ao lado da polémica. “Aquilo é chatear uma entidade que tem investido largos milhares de euros nas suas instalações, que tem aperfeiçoado a sua qualidade e que tem ganho muitas medalhas com os seus vinhos. A única coisa com que implicaram foi a palavra Santarém”, disse Ricardo Gonçalves.
Fonte O Mirante 17-10-2013
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