Estudo liga a frutose ao ganho de peso e inatividade física
Nos últimos 40 anos, tem-se verificado um aumento do consumo da frutose, um hidrato de carbono simples derivado de frutas e legumes.

Um estudo recente do Instituto Beckman para Ciência e Tecnologia Avançada da Universidade de Illinois teve como objetivo analisar o impacto de uma dieta rica em frutose. Os pesquisadores descobriram que, em comparação com a glucose, as calorias da frutose provocaram um maior ganho de peso, inatividade física e deposição de gordura corporal.

"A relação entre o aumento da ingestão de açúcar, especialmente frutose, e a epidemia de obesidade crescente, tem sido debatida desde há muitos anos sem se chegar a conclusões claras", disse Catarina Rendeiro, uma investigadora pós-doutorada do Instituto Beckman para Ciência Avançada. "A realidade é que as pessoas não só estão consumindo mais frutose através de suas dietas, mas também a consumir mais calorias em geral.

"Uma das questões-chave é saber se um aumento da ingestão de frutose contribui para a obesidade na ausência de ingestão calórica excessiva."

Os pesquisadores, sob a direção de Justin Rhodes da Neurotech Grupo de Beckman e professor de psicologia na Universidade do Illinois, estudou dois grupos de ratos: um grupo foi alimentado com uma dieta em que 18% das calorias provinham da frutose e outro foi alimentado 18% a partir de glicose. O estudo foi projetado para simular a ingestão de frutose em adolescentes do sexo masculino nos EUA.

"O importante a notar é que os animais de ambos os grupos experimentais teve a ingestão habitual de calorias para um rato", disse Rendeiro. "Eles não estavam comendo mais do que deveriam, e ambos os grupos tiveram exatamente a mesma quantidade de calorias provenientes de açúcar. A única diferença era o tipo de açúcar:frutose ou glicose."

Os resultados mostraram que os ratos alimentados com frutose aumentaram significativamente de peso corporal, massa do fígado e massa de gordura, em comparação com os ratos alimentados com glucose.

"Em estudos anteriores, os aumentos no consumo de frutose foram acompanhados por aumentos no consumo global de alimentos, por isso era difícil saber se os animais engordaram devido à própria frutose ou simplesmente porque estavam comendo mais", disse Rhodes.

Os pesquisadores também descobriram que não só os ratos alimentados com frutose ganharam mais peso, mas também ficaram menos ativos.

"Nós não sabemos porque os animais se movem menos, quando na dieta de frutose", disse Rhodes. "No entanto, pensa-se que a redução da atividade física poderá ser responsável pela maior parte do ganho de peso."

"Os factores bioquímicos também podem ter influenciado a forma como os ratos responderam à dieta rica em frutose", explicou Jonathan Mun, outro autor do estudo. "Sabemos que, contrariamente à glicose, a frutose ultrapassa certos passos metabólicos que resultam num aumento da formação de gordura, principalmente no tecido adiposo e fígado."

"Nós projetamos este estudo baseado na ingestão de frutose por adolescentes nos Estados Unidos", disse Rhodes. "O nosso estudo sugere que tais níveis de frutose pode de facto, desempenhar um papel no ganho de peso, favorecer a deposição de gordura e também contribuir para a inatividade física. Dado o aumento drástico da obesidade entre os jovens e os graves efeitos negativos que isso pode ter sobre a saúde ao longo da vida, é importante considerar quais os alimentos mais responsáveis pelo fornecimento dessas calorias".


Quali 04-06-2015

 

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