No início de dezembro, a Mater Dynamics vai estrear no mercado português as primeiras etiquetas que enviam alertas para uma app de telemóvel sobre o prazo de validade, a temperatura, a pressão e a humidade em que se encontra um alimento.
As etiquetas vão ser comercializadas em avulso, podendo ser aplicadas em qualquer embalagem. Os mentores da Mater Dynamics também admitem comercializar recipientes de plástico (geralmente conhecidos como tupperware…) com etiquetas integradas, que poderão lançar alertas relativos ao estado da comida confecionada pelo utilizador.
As etiquetas, conhecidas como QStamps, comunicam por RFID com um leitor que poderá ser colocado na porta do frigorífico ou na porta da despensa ou de um armário.
O leitor tem ainda a função de enviar os dados dos QStamps para o router doméstico, a fim de que possam ser integrados na plataforma que desencadeia alertas na app do telemóvel usado de cada utilizador.
Toda a informação captada pelos QStamps tem por base um nanossensor que capta a informação sobre os alimentos monitorizados. Atualmente, a empresa está a concluir testes com alguns utilizadores – e só com os resultados apurados durante esses testes deverá definir os preços de comercialização.
Para já há apenas algumas referências quanto ao custo de produção (e não do preço de venda) dos QStamps: atualmente, pelo facto de ser uma produção pequena, cada etiqueta tem um custo de 28,6 cêntimos; no próximo ano, quando a comercialização entrar em ritmo de cruzeiro e a escala da produção aumentar, o custo de cada etiqueta poderá chegar aos 10 cêntimos; mas os responsáveis pela empresa acreditam poder chegar aos dois cêntimos por etiqueta no futuro. O leitor de RFID, que capta os dados das várias etiquetas, poderá ser gratuito.
Tiago Cunha Reis, líder da Mater Dynamics e mentor da nova tecnologia, recorda que os QStamps podem evitar o desperdício de comida e ajudar o consumidor que vai ao supermercado com a elaboração de listas de “faltas” detetadas automaticamente na despensa no frigorífico.
O responsável da Mater Dynamics lembra que a informação captada pelas etiquetas faz a diferença quando se procede à comparação com outras abordagens tecnológicas que já começaram a ser exploradas no mercado: «De nada vale ter um frigorífico inteligente se não conseguir comunicar com os produtos que lá estão dentro». Além do consumidor doméstico, a Mater Dynamics admite poder vir a marcar presença no segmento do retalho: «Atualmente, as etiquetas de RFID já são usadas para a definição de preços nos produtos que estão nas estantes. A nossa solução torna possível usar etiquetas RFID para a análise de qualidade do produto», conclui Tiago Cunha Reis.
Os QStamps começaram a ser desenvolvidos há dois anos, no âmbito da investigação que Tiago Cunha Reis realizou no doutoramento que está a tirar na Universidade Nova de Lisboa. A tecnologia começou por ser pensada para uso em pensos específicos para diabéticos, mas acabou por ser adaptada ao setor alimentar, abrindo caminho à participação no programa MIT Portugal e à criação da startup Mater Dynamics.
Tiago Cunha Reis recorre aos conceitos da indústria automóvel para explicar o reposicionamento da tecnologia: «Durante a investigação criámos um motor para uma moto. Mais tarde verificámos que, em vez da mota, era melhor experimentá-lo num carro».
Tecnoalimentar, 20/11/2015
As etiquetas, conhecidas como QStamps, comunicam por RFID com um leitor que poderá ser colocado na porta do frigorífico ou na porta da despensa ou de um armário.
O leitor tem ainda a função de enviar os dados dos QStamps para o router doméstico, a fim de que possam ser integrados na plataforma que desencadeia alertas na app do telemóvel usado de cada utilizador.
Toda a informação captada pelos QStamps tem por base um nanossensor que capta a informação sobre os alimentos monitorizados. Atualmente, a empresa está a concluir testes com alguns utilizadores – e só com os resultados apurados durante esses testes deverá definir os preços de comercialização.
Para já há apenas algumas referências quanto ao custo de produção (e não do preço de venda) dos QStamps: atualmente, pelo facto de ser uma produção pequena, cada etiqueta tem um custo de 28,6 cêntimos; no próximo ano, quando a comercialização entrar em ritmo de cruzeiro e a escala da produção aumentar, o custo de cada etiqueta poderá chegar aos 10 cêntimos; mas os responsáveis pela empresa acreditam poder chegar aos dois cêntimos por etiqueta no futuro. O leitor de RFID, que capta os dados das várias etiquetas, poderá ser gratuito.
Tiago Cunha Reis, líder da Mater Dynamics e mentor da nova tecnologia, recorda que os QStamps podem evitar o desperdício de comida e ajudar o consumidor que vai ao supermercado com a elaboração de listas de “faltas” detetadas automaticamente na despensa no frigorífico.
O responsável da Mater Dynamics lembra que a informação captada pelas etiquetas faz a diferença quando se procede à comparação com outras abordagens tecnológicas que já começaram a ser exploradas no mercado: «De nada vale ter um frigorífico inteligente se não conseguir comunicar com os produtos que lá estão dentro». Além do consumidor doméstico, a Mater Dynamics admite poder vir a marcar presença no segmento do retalho: «Atualmente, as etiquetas de RFID já são usadas para a definição de preços nos produtos que estão nas estantes. A nossa solução torna possível usar etiquetas RFID para a análise de qualidade do produto», conclui Tiago Cunha Reis.
Os QStamps começaram a ser desenvolvidos há dois anos, no âmbito da investigação que Tiago Cunha Reis realizou no doutoramento que está a tirar na Universidade Nova de Lisboa. A tecnologia começou por ser pensada para uso em pensos específicos para diabéticos, mas acabou por ser adaptada ao setor alimentar, abrindo caminho à participação no programa MIT Portugal e à criação da startup Mater Dynamics.
Tiago Cunha Reis recorre aos conceitos da indústria automóvel para explicar o reposicionamento da tecnologia: «Durante a investigação criámos um motor para uma moto. Mais tarde verificámos que, em vez da mota, era melhor experimentá-lo num carro».
Tecnoalimentar, 20/11/2015
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