intoxicações alimentares
Bill Marler passou os últimos anos a analisar todos os alimentos que são mais propensos a provocar intoxicações alimentares. E por saber o que faz mal, sabe bem quais os ingredientes a excluir da alimentação.

Bill Marler é um advogado norte-americano que se tornou conhecido por ter processado várias empresas que acusava de produzir alimentos que causam danos graves à saúde. Após mais de 20 anos de carreira, o advogado é tido como um especialista alimentar. Numa recente entrevista, Marler fez uma lista dos alimentos que nunca comeria, após ter visto centenas de pessoas gravemente prejudicadas por intoxicações e vírus transmitidos pela comida.

Segundo a revista de saúde Bottom Line Health, todos os anos 48 milhões de norte-americanos adoecem devido a bactérias e vírus encontrados na comida, e 3 mil deles acabam por morrer - as mais comuns nos Estados Unidos são as salmonelas, norovírus, campylobacter, E. Coli, listéria e clostridium perfringens. Marler, que lida frequentemente com este tipo de casos, deixou de comer alguns alimentos que parecem, à primeira vista, inofensivos.

Leite não pasteurizado e sumos embalados

Marler não bebe leite não pasteurizado, também chamado leite cru, ou sumos embalados, porque entre 1998 e 2011 houve 148 casos de intoxicações alimentares relacionados com o consumo de leite cru nos Estados Unidos e, em 1996, houve um surto da bactéria E. Coli, transmitida por pacotes de sumo de maçã.

"Não há benefício suficiente que justifique ignorar o risco de consumir produtos" não pasteurizados, afirmou o advogado. Marler defendeu que a pasteurização, um processo de conservação dos alimentos que elimina agentes patogénicos, torna qualquer alimento mais seguro.

Rebentos crus

Rebentos crus, como os de soja e alfafa, causaram mais de 30 infeções bacterianas nos Estados Unidos desde a década de 90. Em 2014, rebentos de feijão com salmonela provocaram o internamento hospitalar de 19 pessoas. "Há demasiados casos para não prestar atenção ao risco de contaminação dos rebentos" crus, afirmou o advogado, acrescentando que só os come se forem cozinhados. Segundo a revista de saúde, todos os tipos de rebentos crus podem causar infeções pois têm bactérias nas raízes.

Carne mal passada

Marler só come hambúrgueres bem passados e cozinhados a uma temperatura superior a 70º. Como explicou, "os produtos triturados" devem ser cozinhados "mais minuciosamente" porque "qualquer bactéria que esteja na superfície da carne pode ser moída com o resto".

Os bifes de Marler não têm de ser obrigatoriamente bem passados, desde que o cozinheiro não tenha perfurado ou cortado a carne com uma faca para o bife ficar mais tenro. Segundo o advogado, esta é uma forma de passar bactérias do metal da faca para a carne.

Frutas e vegetais lavados e cortados

Alimentos como legumes cortados ou congelados e saladas e frutas já lavadas ou embaladas não entram na lista de compras do advogado. "Nós estamos habituados à conveniência de comida produzida em massa", mas, "quanto mais um alimento é processado, mais facilmente é contaminado". Marler só compra alimentos não lavados e não cortados, e em pequenas quantidades para reduzir o risco de listéria, uma bactéria que cresce quando a comida é conservada no frigorífico.

Ovos crus ou mal cozidos

Mais uma vez a salmonela é a razão. Em 1980 e 1990 houve um surto da bactéria nos Estados Unidos, que regressou em 2010. "O risco de contaminação por salmonela é mais baixo do que há 20 anos mas, mesmo assim, como os ovos bem cozidos", afirmou Marler.

Ostras ou marisco cru

Segundo Marler, estes são os alimentos que têm causado mais problemas à saúde ultimamente, principalmente as ostras. Para o advogado, o problema é que "as ostras são animais filtradores que absorvem tudo o que está na água. Se há bactérias na água elas entram no sistema das ostras". Bill Marler conta que encontrou mais casos nos últimos cinco anos do que nos passados 20 anos. "Não vale a pena o risco", comenta.

Fonte: DN 04-02-2016

 

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