Um ano depois do alerta feito pela DECO e pelo Governo sobre a segurança na venda da carne picada, a TSF foi perceber se o consumo da carne se mantém e se já é seguro.
Almondegas, bolonhesa ou lasanha são alguns dos pratos que destacam um produto: a carne picada. No entanto, foram encontradas bactérias nocívas, produtos químicos na carne. A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) fez o alerta de forma a sensibilizar as pessoas para o problema.
Renato Costa trabalha no Talho D'Avenida mais agitada de Lisboa. É um dos estabelecimentos mais movimentados da cidade, e isso não mudou depois de terem sido encontrados problemas com a carne picada. "As pessoas não se assustaram na hora de comprar, continuam a ter confiança nos sítios onde vão. Se calhar ao princípio tremeram um bocadinho, mas nada de grave", explica Renato.
A compra da carne picada no Talho da D'Avenida não teve que quebras, "hoje em dia os jovens preferem a carne picada, acho que a carne picada está na moda".
André Grilo tem 25 anos e come carne picada muitas vezes por semana, admite que não olha para os rótulos com a devida atenção, mas já se questionou várias vezes sobre as condições de higiene do que está a comprar. "Há um outro ponto que me preocupa, nomeadamente a nível de como é que a carne é preparada antes de a embalar. Será que foram cumpridos todos os requisitos de limpeza da máquina? Lavaram a máquina?", questiona o jovem.
Olívia Fernandes tem a janela de sua casa voltada para o talho onde trabalha Renato Costa, no entanto, aos 72 anos, nunca foi comprar carne picada. "É carne só com porcarias, a gente não consegue saber se é carne de vaca, se de porco, se aves", diz com indignação.
O mau estado da carne picada pode ter consequências muito graves na saúde. Náuseas, dificuldades respiratórias, dores de cabeça são alguns dos problemas mais conhecidos."O consumidor tem de ser mais informado na altura da compra. Tem de saber o que está a comprar", explica a engenheira da DECO, Dulce Ricardo. "É importante ter isto em atenção, os sulfitos são um produto altamente alérgico para algumas pessoas e o consumo pode estar a pô-las em perigo". A DECO e o Governo chamaram a atenção para o problema, mas Dulce Ricardo afirma que quem compra a carne tem de ser mais responsável.
A Direção-Geral de Saúde (DGS) também mostra preocupação com a alimentação em geral, e em particular com o consumo da carne picada. Nas palavras do diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS, Pedro Graça esclarece que é preciso higiene quando se cozinha este tipo de carne: "É preciso lavar os utensílios que vamos usar para cozinhar. Cortar, por exemplo, a pele do frango que geralmente é um depósito grande de contaminação microbiológico, e a seguir cortar com a mesma faca a carne [picada] para fazer um hambúrguer aumenta o risco de contaminação se essa carne não for logo confecionada."
Se para a DECO todos os cuidados são poucos, o Inspetor-Geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar, afirma que "a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica está a acompanhar de perto esta área, as fiscalizações são regulares".
Não vender carne picada é uma medida drástica. Pedro Portugal Gaspar aconselha os consumidores a serem informados relativamente a tudo o que compram. "A ASAE está a fazer o seu trabalho, por isso resta-me desejar bom proveito e façam muitas receitas", acrescenta.
Fonte: TSF 21-02-2018
Renato Costa trabalha no Talho D'Avenida mais agitada de Lisboa. É um dos estabelecimentos mais movimentados da cidade, e isso não mudou depois de terem sido encontrados problemas com a carne picada. "As pessoas não se assustaram na hora de comprar, continuam a ter confiança nos sítios onde vão. Se calhar ao princípio tremeram um bocadinho, mas nada de grave", explica Renato.
A compra da carne picada no Talho da D'Avenida não teve que quebras, "hoje em dia os jovens preferem a carne picada, acho que a carne picada está na moda".
André Grilo tem 25 anos e come carne picada muitas vezes por semana, admite que não olha para os rótulos com a devida atenção, mas já se questionou várias vezes sobre as condições de higiene do que está a comprar. "Há um outro ponto que me preocupa, nomeadamente a nível de como é que a carne é preparada antes de a embalar. Será que foram cumpridos todos os requisitos de limpeza da máquina? Lavaram a máquina?", questiona o jovem.
Olívia Fernandes tem a janela de sua casa voltada para o talho onde trabalha Renato Costa, no entanto, aos 72 anos, nunca foi comprar carne picada. "É carne só com porcarias, a gente não consegue saber se é carne de vaca, se de porco, se aves", diz com indignação.
O mau estado da carne picada pode ter consequências muito graves na saúde. Náuseas, dificuldades respiratórias, dores de cabeça são alguns dos problemas mais conhecidos."O consumidor tem de ser mais informado na altura da compra. Tem de saber o que está a comprar", explica a engenheira da DECO, Dulce Ricardo. "É importante ter isto em atenção, os sulfitos são um produto altamente alérgico para algumas pessoas e o consumo pode estar a pô-las em perigo". A DECO e o Governo chamaram a atenção para o problema, mas Dulce Ricardo afirma que quem compra a carne tem de ser mais responsável.
A Direção-Geral de Saúde (DGS) também mostra preocupação com a alimentação em geral, e em particular com o consumo da carne picada. Nas palavras do diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS, Pedro Graça esclarece que é preciso higiene quando se cozinha este tipo de carne: "É preciso lavar os utensílios que vamos usar para cozinhar. Cortar, por exemplo, a pele do frango que geralmente é um depósito grande de contaminação microbiológico, e a seguir cortar com a mesma faca a carne [picada] para fazer um hambúrguer aumenta o risco de contaminação se essa carne não for logo confecionada."
Se para a DECO todos os cuidados são poucos, o Inspetor-Geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar, afirma que "a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica está a acompanhar de perto esta área, as fiscalizações são regulares".
Não vender carne picada é uma medida drástica. Pedro Portugal Gaspar aconselha os consumidores a serem informados relativamente a tudo o que compram. "A ASAE está a fazer o seu trabalho, por isso resta-me desejar bom proveito e façam muitas receitas", acrescenta.
Fonte: TSF 21-02-2018
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