O nome do norte-americano DeWayne "Lee" Johnson saltou para as bocas do mundo ao ter ganhado uma batalha nos tribunais ao gigante agroquímico Monsanto, condenado esta sexta-feira a indemniza-lo em 289 milhões de dólares (cerca de 250 milhões de euros) por não ter informado sobre o perigo do seu herbicida Roundup e ter estado na origem de um cancro no jardineiro de 46 anos.
Johnson, cuja doença está em fase terminal, foi o "responsável pelo combate a pragas" de animais e plantas numa escola em Benicia, uma pequena cidade na Califórnia. "Gostei muito do meu trabalho, fi-lo de forma muito séria", disse no final de julho, antes de uma audiência no Tribunal Superior de São Francisco.
Algumas dessas pragas eram ervas daninhas. Desde 2012 que, para as combater, utilizou Roundup e depois a versão mais poderosa RangerPro, produtos que contêm glifosato, uma substância suspeita de ser cancerígena - embora esse perigo tenha sido sempre negado pela Monsanto.
DeWayne desconhecia as polémicas em torno do glifosato... até as manchas lhe aparecerem pele, depois de se ter pulverizado a si próprio com o produto, por acidente, em duas ocasiões. "Se soubesse do perigo, nunca teria pulverizado a RangerPro em escolas ou em outro qualquer lugar", lamentou.
Médicos dão-lhe dois anos de vida
Pai de dois meninos (de 10 e 13 anos), gosta de escrever e fazer música. No entanto, em 2014 foi-lhe diagnosticado o Linfoma não Hodgkin, cancro incurável do sistema linfático. O jardineiro afro-americano, que nunca teve um problema de saúde antes, tem agora apenas mais dois anos para viver, segundo a estimativa os médicos. Hoje, DeWayne Johnson aparenta não estar muito abalado com a doença, mas admite que chorou muito e que as sessões de quimioterapia o deixaram "louco".
Descrito como "sexy" pela sua mulher, Araceli, DeWayne Johnson já não pode trabalhar, devido à doença. Para pagar as contas, antes da indemnização, Araceli tinha dois empregos para sustentar a casa: um numa escola e outro numa casa de repouso.
Apesar da vida modesta e da fragilidade, DeWayne não só foi um dos poucos indivíduos que conseguiu colocar os responsáveis da Monsanto no banco dos réus, em 2016, como conseguiu vencer uma autêntica luta de David contra Golias. A celeridade com que o caso decorreu tem a ver com uma lei da Califórnia que exige que o tribunal faça um julgamento antes da morte do autor da denúncia.
"Sei que não vou melhorar, mas vou lutar até ao último suspiro", prometeu o jardineiro norte-americano. "Fico feliz por estar estar aqui a ser capaz de ajudar numa causa que é maior do que eu", afirmou numa conferência de imprensa na sexta-feira, após o veredicto ser anunciado.
Fonte: dn 11-08-2018
Algumas dessas pragas eram ervas daninhas. Desde 2012 que, para as combater, utilizou Roundup e depois a versão mais poderosa RangerPro, produtos que contêm glifosato, uma substância suspeita de ser cancerígena - embora esse perigo tenha sido sempre negado pela Monsanto.
DeWayne desconhecia as polémicas em torno do glifosato... até as manchas lhe aparecerem pele, depois de se ter pulverizado a si próprio com o produto, por acidente, em duas ocasiões. "Se soubesse do perigo, nunca teria pulverizado a RangerPro em escolas ou em outro qualquer lugar", lamentou.
Médicos dão-lhe dois anos de vida
Pai de dois meninos (de 10 e 13 anos), gosta de escrever e fazer música. No entanto, em 2014 foi-lhe diagnosticado o Linfoma não Hodgkin, cancro incurável do sistema linfático. O jardineiro afro-americano, que nunca teve um problema de saúde antes, tem agora apenas mais dois anos para viver, segundo a estimativa os médicos. Hoje, DeWayne Johnson aparenta não estar muito abalado com a doença, mas admite que chorou muito e que as sessões de quimioterapia o deixaram "louco".
Descrito como "sexy" pela sua mulher, Araceli, DeWayne Johnson já não pode trabalhar, devido à doença. Para pagar as contas, antes da indemnização, Araceli tinha dois empregos para sustentar a casa: um numa escola e outro numa casa de repouso.
Apesar da vida modesta e da fragilidade, DeWayne não só foi um dos poucos indivíduos que conseguiu colocar os responsáveis da Monsanto no banco dos réus, em 2016, como conseguiu vencer uma autêntica luta de David contra Golias. A celeridade com que o caso decorreu tem a ver com uma lei da Califórnia que exige que o tribunal faça um julgamento antes da morte do autor da denúncia.
"Sei que não vou melhorar, mas vou lutar até ao último suspiro", prometeu o jardineiro norte-americano. "Fico feliz por estar estar aqui a ser capaz de ajudar numa causa que é maior do que eu", afirmou numa conferência de imprensa na sexta-feira, após o veredicto ser anunciado.
Fonte: dn 11-08-2018
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