Crianças anuncios televisão tv
A publicidade dirigida a crianças com menos de 12 anos vai ser controlada por uma entidade independente a partir de 2010 ano, na sequência de um acordo entre empresas da indústria alimentar, divulgou hoje a Associação Portuguesa de Anunciantes.

A entidade, que ainda está a ser seleccionada, terá a função de monitorizar os anúncios que possam contribuir para a obesidade infantil, devendo divulgar os resultados no final de cada ano.

Com a divulgação anual dos resultados monitorizados por uma entidade externa, as empresas estão sujeitas a uma penalização social, o que nesta área é “muito mais grave do que qualquer multa que pudesse ser aplicada”, explicou à Lusa a secretária-geral da Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN), Manuela Botelho.

A fiscalização da publicidade será feita no âmbito de um compromisso entre empresas do ramo alimentar que limita a publicidade dirigida a menores de 12 anos e restringe a comunicação empresarial dos seus produtos em escolas do primeiro ciclo.

O documento, que se encontra disponível para ser subscrito por mais empresas, conta já com 26 assinaturas, que representam 60 por cento dos investimentos publicitários de alimentos e bebidas.

Segundo a secretária-geral da APAN, estes compromissos foram subscritos por empresas que operam no mercado nacional e visam garantir uma actuação mais consistente, responsável e sustentável da comunicação no sector. Entre os nomes que constam da lista de assinaturas contam-se a Nestlé, a Matutano, a Danone, a Coca Cola, a Pescanova, a Unicer e ainda os hipermercados Modelo/Continente e o grupo Jerónimo Martins, entre outros.

Portugal encontra-se numa das posições mais desfavoráveis em matéria de obesidade no cenário europeu, com mais de metade da população com excesso de peso. Tem ainda das maiores prevalências de obesidade infantil: 30 por cento das crianças apresentam sobrepeso e mais de 10 por cento são obesas.

A iniciativa da indústria associa-se ao Media Smart, o programa lançado pelos anunciantes em 2008, e que já está presente em quase 2200 escolas do país, tendo em vista promover a literacia para a publicidade das crianças com entre sete e 11 anos.

Manuela Botelho explicou à Lusa que os compromissos traduzem um significativo investimento em recursos das 26 empresas aderentes, integrando um conjunto mais alargado de iniciativas de auto-regulação, que incluem o perfil nutricional dos produtos e a informação ao consumidor. “Estes compromissos não visam banir a publicidade infantil, mas sim aplicar medidas que regulem a comunicação comercial dirigida aos menores de 12 anos”, frisou.

Segundo Manuela Botelho, a indústria agro-alimentar “consciente da sua responsabilidade social e com preocupações relacionadas com a problemática da obesidade há muito que tem vindo a trabalhar para apresentar um conjunto de compromissos que possam ajudar a resolver ou minimizar este problema”.

2009.11.10

Fonte: Público

 

Comentários:

Esta página usa cookies para lhe proporcionar uma melhor experiência. Ao continuar está a consentir a sua utilização.