APDC reclama carta do manipulador de alimentos
A Associação Portuguesa de Direito do Consumo (APDC) reclama a elaboração de uma "carta do manipulador de alimentos", porque muitos do que trabalham no sector "não têm sequer conhecimentos das regras básicas de higiene".

O presidente da APDC, Mário Frota, em declarações à agência Lusa, reclamou também uma "formação adequada para os 650 mil manipuladores" que existem no país, na cadeia alimentar, desde a produção ao consumo.

"Muitos não têm sequer conhecimentos das regras básicas de higiene e, por essa via, podem pôr em crise todo este edifício da segurança alimentar. É esse o nosso objectivo primacial", sublinhou, ao aludir à III Conferência Nacional da Segurança Alimentar.

III Conferência nacional Segurança Alimentar A conferência - acrescentou - pretende realçar que é necessário "apostar forçosamente na formação, não numa formação meramente formal, mas numa formação substancial", para "garantir a integridade física dos cidadãos consumidores, a sua saúde".

"É com procedimentos adequados que se evitam as toxinfeções alimentares e intoxicações alimentares. Não há nada de mais grave do que, em resultado da imprevidência e do descaso, assistir a situações que são de pôr os cabelos em pé", sustentou.

Para Mário Frota, é essencial que os manipuladores de alimentos, na cadeia alimentar, seja qual for o posto que ocupam, "estejam conscientes das suas responsabilidades, através de uma cultura de segurança, que tem de começar pelo básico".

Na sua perspectiva, Portugal tem um "potencial elevado" neste domínio, porque os seus centros investigam, mas é preciso saber se eles e as universidades põem os seus saberes ao serviço da comunidade.

Esta Conferência Nacional da Segurança Alimentar visa esse objectivo: "Pôr em confronto especialistas de nomeada nos diferentes sectores, de molde a que se faça o ponto da situação", explicou.

Para Mário Frota, é importante que se registe a evolução científica em cada um dos domínios, das águas aos alimentos funcionais, passando pelos transgénicos, que "voltam a estar na ordem do dia, com a autorização outorgada pela União Europeia para o plantio da batata e de determinadas espécies de milho".

"O objectivo é proporcionar, não só à comunidade científica como aos estudantes das diferentes fileiras e aos consumidores em geral, conhecimentos que permitirão saber o que está a ser feito. Estes aspectos não são estáticos, são dinâmicos", concluiu.

A III Conferência Nacional da Segurança Alimentar decorreu na Escola Superior Agrária de Coimbra e, além de Mário Frota, participa Maria da Graça Osório, técnica superior de Saúde, e a alta comissária da Saúde, Maria do Céu Machado, entre outras personalidades.

Fonte: Destak/Lusa

 

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