Nos últimos 25 anos, tem-se assistido a nível mundial, a um aumento significativo dos casos de doença em humanos originada por Campylobacter spp, sendo a carne de frango a principal origem.
Esta bactéria é o principal agente da diarreia infecciosa nos Estados Unidos, estimando-se que afecte 2,1 a 2,4 milhões de pessoas todos os anos. Em Portugal, a Campylobacter em conjunto com a Salmonella e a Listeria são os principais agentes de intoxicações alimentares. A maior parte dos casos limita-se a diarreias, vómitos e náuseas durante cerca de uma semana, no entanto, em indivíduos mais debilitados (crianças, idosos, doentes crónicos) a infecção pode disseminar-se pela corrente sanguínea, podendo levar à morte. Normalmente os casos são esporádicos, mas já foram reportados surtos que afectaram grandes populações.
Pelo carácter comum deste tipo de infecções, a maioria dos casos não é devidamente diagnosticada, originando um número oficial de casos muito mais baixo que o valor convencionalmente verdadeiro.
Para que seja possível a definição e implementação de medidas de controlo nos pontos críticos na indústria de carne de aves no que respeita a esta bactéria, é essencial conhecer as principais fontes de contaminação. Vários estudos realizados na União Europeia, Estados Unidos da América e Brasil chegaram a conclusões idênticas ao nível de incidência da Campylobacter em matadouros e carne de frango e fontes de contaminação responsáveis.
Um estudo conduzido em 2005 na Região Sul do Brasil, considerou um plano de amostragem e controlo analítico em oito aviários de oito produtores diferentes, durante o período de um ano. Foram consideradas várias fontes prováveis de contaminação: penas, cloaca, camas dos aviários, gaiolas de transporte, águas de lavagem e suporte para peitos dos frangos na linha do abate. Os resultados mostraram que a cloaca, penas e camas de aviários são as maiores fontes de contaminação, sendo o tracto intestinal das aves a principal origem. No entanto, as restantes fontes consideradas neste estudo (gaiolas de transporte, águas de lavagem, suporte para peitos dos frangos na linha do abate) mostraram-se também fontes de contaminação cruzada a não descurar.
Em 2008, um estudo realizado pela EFSA (Autoridade de Segurança Alimentar Europeia) em vários matadouros da União Europeia, permitiu concluir que uma grande parte dos frangos encontravam-se já contaminados antes do abate. Esta conclusão coincidiu com os resultados obtidos por um outro estudo, coordenado pelo BfR (Instituto Federal de Avaliação de Risco da Alemanha) onde, das 432 carcaças analisadas, 62% revelaram presença de Campylobacter. À semelhança do estudo brasileiro, concluiu-se que as principais fontes de contaminação são o trato intestinal das aves e as penas. Quanto às etapas pós-abate, revelaram-se como pontos críticos a depena, a escalda e o arrefecimento por imersão em água. Curiosamente, a etapa de evisceração mostrou-se como a que menos contribuiu para a contaminação das carcaças.
Também em 2008, um estudo realizados pela PROTESTE em 69 amostras de frango embalado a granel, revelou que 55 apresentaram contaminação por Campylobacter. A elevada incidência, mostra a necessidade de implementação de medidas de mitigação. Estas medidas têm de ser específicas para esta bactéria, já que a situação da Inglaterra revelou que as medidas de controlo implementadas para a diminuição da Salmonella não conduziram a uma diminuição significativa da contaminação por Campylobacter.
QUALI.PT 02-06-2010
Pelo carácter comum deste tipo de infecções, a maioria dos casos não é devidamente diagnosticada, originando um número oficial de casos muito mais baixo que o valor convencionalmente verdadeiro.
Para que seja possível a definição e implementação de medidas de controlo nos pontos críticos na indústria de carne de aves no que respeita a esta bactéria, é essencial conhecer as principais fontes de contaminação. Vários estudos realizados na União Europeia, Estados Unidos da América e Brasil chegaram a conclusões idênticas ao nível de incidência da Campylobacter em matadouros e carne de frango e fontes de contaminação responsáveis.
Um estudo conduzido em 2005 na Região Sul do Brasil, considerou um plano de amostragem e controlo analítico em oito aviários de oito produtores diferentes, durante o período de um ano. Foram consideradas várias fontes prováveis de contaminação: penas, cloaca, camas dos aviários, gaiolas de transporte, águas de lavagem e suporte para peitos dos frangos na linha do abate. Os resultados mostraram que a cloaca, penas e camas de aviários são as maiores fontes de contaminação, sendo o tracto intestinal das aves a principal origem. No entanto, as restantes fontes consideradas neste estudo (gaiolas de transporte, águas de lavagem, suporte para peitos dos frangos na linha do abate) mostraram-se também fontes de contaminação cruzada a não descurar.
Em 2008, um estudo realizado pela EFSA (Autoridade de Segurança Alimentar Europeia) em vários matadouros da União Europeia, permitiu concluir que uma grande parte dos frangos encontravam-se já contaminados antes do abate. Esta conclusão coincidiu com os resultados obtidos por um outro estudo, coordenado pelo BfR (Instituto Federal de Avaliação de Risco da Alemanha) onde, das 432 carcaças analisadas, 62% revelaram presença de Campylobacter. À semelhança do estudo brasileiro, concluiu-se que as principais fontes de contaminação são o trato intestinal das aves e as penas. Quanto às etapas pós-abate, revelaram-se como pontos críticos a depena, a escalda e o arrefecimento por imersão em água. Curiosamente, a etapa de evisceração mostrou-se como a que menos contribuiu para a contaminação das carcaças.
Também em 2008, um estudo realizados pela PROTESTE em 69 amostras de frango embalado a granel, revelou que 55 apresentaram contaminação por Campylobacter. A elevada incidência, mostra a necessidade de implementação de medidas de mitigação. Estas medidas têm de ser específicas para esta bactéria, já que a situação da Inglaterra revelou que as medidas de controlo implementadas para a diminuição da Salmonella não conduziram a uma diminuição significativa da contaminação por Campylobacter.
QUALI.PT 02-06-2010
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