Os fungos são capazes de
produzir em condições naturais e laboratoriais, metabolitos secundários
tóxicos. Os metabolitos secundários são compostos biossintetizados e
excretados através de um conjunto de vias metabólicas (que constituem o
metabolismo secundário), mas que não são essenciais para o crescimento
e sobrevivência do organismo.
Estes compostos estão presentes no meio de cultura ou substrato onde os
fungos estão a crescer. Alguns metabolitos secundários fúngicos têm
propriedades antibióticas, e alguns demonstram toxicidade para animais.
Os metabolitos secundários produzidos por fungos filamentosos que
demonstram propriedades tóxicas em animais são designados genericamente
de micotoxinas.
As micotoxinas são um grupo diverso de substâncias químicas, que podem afectar muitos órgãos e sistemas, principalmente o fígado, rins e sistema nervoso, endócrino e imunitário.
A principal via de exposição dos animais a micotoxinas é através da ingestão de alimentos contaminados, apesar de existirem casos esporádicos de inalação de micotoxinas e contacto dermal.
As culturas agrícolas, especialmente os cereais, são susceptíveis ao ataque de fungos, no campo ou durante o armazenamento. Os níveis de micotoxinas nos alimentos podem flutuar grandemente e variar de ano para ano, consoante as condições para o crescimento de fungos.
Quando presentes em níveis elevados na dieta alimentar, podem levar a problemas agudos de saúde e até à morte. A exposição prolongada a níveis baixos de micotoxinas pode levar a manifestações ocultas e insidiosas (imunidade debilitada, atrasos no crescimento, susceptibilidade a doenças), e a problemas crónicos de saúde, o que suscitou preocupação por parte de diversas organizações internacionais.
Várias micotoxinas foram classificadas pela Agência Internacional para a Investigação em Cancro (IARC) como carcinogénicos humanos ou potenciais carcinogénicos humanos (IARC, 1993).
Em termos de exposição e severidade de lesões crónicas, em particular cancro, estima-se que as micotoxinas apresentem um risco maior que os contaminantes antropogénicos, pesticidas e aditivos.
As micotoxinas são um grupo diverso de substâncias químicas, que podem afectar muitos órgãos e sistemas, principalmente o fígado, rins e sistema nervoso, endócrino e imunitário.
A principal via de exposição dos animais a micotoxinas é através da ingestão de alimentos contaminados, apesar de existirem casos esporádicos de inalação de micotoxinas e contacto dermal.
As culturas agrícolas, especialmente os cereais, são susceptíveis ao ataque de fungos, no campo ou durante o armazenamento. Os níveis de micotoxinas nos alimentos podem flutuar grandemente e variar de ano para ano, consoante as condições para o crescimento de fungos.
Quando presentes em níveis elevados na dieta alimentar, podem levar a problemas agudos de saúde e até à morte. A exposição prolongada a níveis baixos de micotoxinas pode levar a manifestações ocultas e insidiosas (imunidade debilitada, atrasos no crescimento, susceptibilidade a doenças), e a problemas crónicos de saúde, o que suscitou preocupação por parte de diversas organizações internacionais.
Várias micotoxinas foram classificadas pela Agência Internacional para a Investigação em Cancro (IARC) como carcinogénicos humanos ou potenciais carcinogénicos humanos (IARC, 1993).
Em termos de exposição e severidade de lesões crónicas, em particular cancro, estima-se que as micotoxinas apresentem um risco maior que os contaminantes antropogénicos, pesticidas e aditivos.
RISCO | |
Agudo | Crónico |
Elevado | |
Microbiológicos | Micotoxinas |
Ficotoxinas | Contaminantes antropogénicos |
Algumas fitotoxinas | Algumas fitotoxinas |
Micotoxinas | Dietas desiquilibradas |
Contaminantes antropogénicos | Ficotoxinas |
Aditivos alimentares | Microbiológicos |
Resíduos de pesticidas | Aditivos alimentares |
Resíduos de pesticidas | |
Baixo |
Tabela 1 . Avaliação comparativa do risco (agudo e crónico) de diversos contaminantes alimentares (adaptado de Kuiper-Goodman, 1998).
Apesar de haver
variações geográficas e climáticas na produção e
ocorrência de micotoxinas, a exposição a estas substâncias ocorre em
todo o mundo e estima-se que muitos dos alimentos mundiais estejam
contaminados em alguma extensão.
A contaminação dos alimentos com micotoxinas é especialmente relevante quando uma dada população baseia a sua alimentação num tipo de produto (v.g., arroz). Se essa fonte está contaminada, a população está continuamente exposta à micotoxina, e a história mostrou que essa situação pode levar ao aparecimento de micotoxicoses graves.
Fungos produtores de micotoxinas
Na Tabela 2 são apresentadas as principais espécies produtoras responsáveis pela produção de micotoxinas em alimentos.
Existem outras espécies capazes de produzir as micotoxinas listadas, mas a sua ocorrência em alimentos não é relevante ou não se consideram fontes significativas da micotoxina.
A contaminação dos alimentos com micotoxinas é especialmente relevante quando uma dada população baseia a sua alimentação num tipo de produto (v.g., arroz). Se essa fonte está contaminada, a população está continuamente exposta à micotoxina, e a história mostrou que essa situação pode levar ao aparecimento de micotoxicoses graves.
Fungos produtores de micotoxinas
Na Tabela 2 são apresentadas as principais espécies produtoras responsáveis pela produção de micotoxinas em alimentos.
Existem outras espécies capazes de produzir as micotoxinas listadas, mas a sua ocorrência em alimentos não é relevante ou não se consideram fontes significativas da micotoxina.
Micotoxina | Espécies produtoras |
Aflatoxinas | Aspergillus flavus; A. parasiticus |
Ocratoxina A | Aspergillus ochraceus; A. alliaceus; A. niger; A. carbonarius; Penicillium verrucosum; P. nordicum |
Tricotecenos | Fusarium spp. |
Zearalenona | F. graminearum e outras Fusarium spp. |
Fumonisinas | F. moniliforme (=F. verticillioides); F. proliferatum |
Citrinina | P. citrinum; P. expansum; P. verrucosum; A. alliaceus |
Ácido penicílico | A. ochraceus; P. aurantiogriseum; P. viridicatum |
Patulina | P. expansum; P. griseofulvum; A. clavatus |
Esterigmatocistina | Aspergillus versicolor; Emericella nidulans |
Ácido tenuazónico | Alternaria alternata |
Penitrem A | Penicillium crustosum |
Alcalóides do ergot | Claviceps spp. |
Ácido ciclopiazónico | A. flavus; A. tamarii; P. commune |
Tabela 2 . Principais espécies responsáveis pela produção de micotoxinas